Um empate a um golo frente ao Young Boys, da Suíça, no Estádio de Alvalade, foi um resultado mais do que suficiente para que o Sporting garantisse o objectivo de apuramento para os oitavos-de-final da Liga Europa, até porque logo na primeira mão, em Berna, os leões tinham vencido por 3-1. Todavia, não se poderá dizer que o Sporting assinou esta quinta-feira uma exibição de mão cheia na recepção ao conjunto suíço, fazendo lembrar um jogo recente frente ao Sporting de Braga, em Leiria, em que os leões dominaram, criaram inúmeras oportunidades claras para marcar, e acabaram derrotados por 1-0 frente ao conjunto bracarense, e com isso afastados da final da Taça da Liga, um titulo que viria a ser conquistado pelos bracarenses.

De igual modo, neste jogo com os suíços, o Sporting jogou melhor, criou oportunidades, teve a vitoria ao seu alcance e até se deu ao luxo de falhar uma grande penalidade, acabando por não conseguir melhor do que um empate perante o seu público, suficiente mas poucochinho.

Partindo para este jogo com a aliminatória praticamente resolvida, e consciente de que os leões entravam em campo com uma equipa de melhor qualidade do que o conjunto helvético, o técnico Ruben Amorim optou desde logo por permitir algum descanso a elementos fulcrais no seu conjunto, deixando de fora elementos como Coates, Geny Catamo, Morita, Nuno Santos e Pedro Gonçalves.

Assim, para este embate com o Young Boys, a turma leonina entrou em campo com Adám na baliza, um trio de centrais formado por Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio e Diomande, jogador que mereceu uma homenagem antes do início do jogo pela conquista conseguida pela Costa do Marfim da CAN, ainda Esgaio, Hjulmand, Daniel Bragança e Matheus Reis, aparecendo na frente Edwards, Gyökeres e Francisco Trincão.

Com estes argumentos, até se poderia achar “normal” que este Sporting não surgisse dentro das quatro linhas a desenrolar do mesmo modo o seu fio de jogo, mas acreditava-se que, ainda assim, o Sporting conseguisse levar de vencida este conjunto suíço, claramente ao alcance dos comandados de Rúben Amorim. A dar ainda mais corpo a esta convicção ficou o primeiro golo do jogo, para os leões, logo ao minuto 13'. marcado pelo suspeito do costume, o sueco Viktor Gyokeres. Num lance em que também Edwards e Trincão participaram, o sueco recebeu um derradeiro passe de Francisco Trincão, ultrapassou os dois centrais da turla suíça e rematou de pé esquerdo a bater o guarda-redes Ballmoos.

Se a eliminatória já estava antes resolvida, agora tudo ficava mais confortável para os leões, com os adeptos do clube de Alvalade a acreditarem que aquele golo de Gyokeres fosse apenas o início de uma vitoria bem mais concludente. Só que a falta de eficácia e assertividade e até mesmo alguma apatia acabaram por contribuir para um resultado final bem distinto do que seria esperado nomeadamente pelos sportinguistas.

Sempre a dominar o jogo, o Sporting chegou mesmo a criar oportunidades de golo fácil, como aconteceu com Marcus Edwards ao minuto 42', altura em que o avançado britãnico apareceu isolado em frente à baliza, já na pequena-área do Young Boys, e ainda assim a fazer o que parecia impossivel que foi falhar o golo para os leões. Era, sem dúvida, um jogo atípico do Sporting, e mais atípico se revelou quando, ao minuto 57', depois de uma falta cometida sobre Trincão dentro da área de baliza da turma suíça, o sueco Viktor Gyokeres bateu a grande penalidade permitindo a defesa de Ballmoos, falhando assim Gyokeres a primeira grande penalidade ao serviço dos leões. O avançado do Sporting bateu a bola para o lado esquerdo do guarda-redes  do Young Boys, mas este começou por defender o primeiro remate, opondo-se depois à recarga desviando a bola pela linha de fundo.

Num jogo em que era evidente não ser o dia do Sporting, Ruben Amorim ainda procurou tirar alguns trunfos do banco de suplentes, apostando em Pedro Gonçalves por troca com Trincão, mas também em Koindredi para a posição de Hjulmand.

Sobre o minuto 80' Luís Neto entrou para render o jovem Eduardo Quaresma, mas quando se poderia acreditar que os leões iriam acabar por vencer pela diferença mínima este jogo, acabaria por ser o Young Boys a chegar ao golo do empate, ao minuto 84', na transformação de uma grande penalidade causada por Marcus Edwards com um corte de bola com o braço.

Numa noite em que já tinha falhado um golo de baliza aberta, o extremo britânico provou que este não era definitivamente o seu dia, causando a grande penalidade que Ganvoula não desperdiçou, fazendo o empate que viria ser o resultado final.

Sendo certo que nem se poderá dizer que este jogo foi difícil para o Sporting, o empate acabou por ser penalizador já que a turma às ordens de Ruben Amorim parecia mais e melhor do que tão só o empate e o apuramento em ritmo de “serviços mínimos”.

Ainda assim, se pensarmos que vem aí a deslocação do terreno do Rio Ave para, logo depois, jogar em Alvalade frente ao Benfica, em jogo da Taça de Portugal, poder-se-á dizer que o Sporting conseguiu o seu objectivo, que passava pela confirmação da continuidade na Liga Europa, tendo agora coisas mais importantes em que pensar. Os seus adeptos por certo pensarão o mesmo.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis
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