Dez vitórias em dez jogos disputados e o consequente apuramento de Portugal para ao Euro'2024, assim se pode resumir a campanha que Portugal realizou na fase de apuramento para o Campeonato da Europa, concluída este domingo com a vitória sobre a Islândia por 2-0, com golos de Bruno Fernandes, ao minuto 37', e de Ricardo Horta, ao minuto 66'.

Portugal acabou por conseguir neste jogo um resultado melhor do que a exibição, expressão de que tanto se falou recentemente no futebol português e que aqui se ajusta por completo, pecando pela forma como se revelou muitas vezes incapaz de dar contiuidade nos últimos trinta metros ao melhor futebol construído até ali. Cristiano Ronaldo não marcou e perdeu a corrida com Lukaku para o lugar de melhor marcador nesta fase de qualificação, mas Portugal conseguiu, ainda assim e de forma completamente justa, a décima vitória, fazendo “10 em 10”, dez triunfos em dez jogos, fechando assim uma caminhada que atira Portugal para a fase final do Euro'2024 na condição de favorita a um lugar entre as melhores seleções que ali irão estar presentes.

Com o apoio incondicional dos mais de 40 mil adeptos que acompanharam este derradeiro jogo da fase de qualificação para o Campeonato da Europa de 2024, Portugal agarrou no jogo logo desde o primeiro minuto, instalando-se por completo no meo-campo defensivo da seleção da Islândia que pouco mais conseguia fazer do que defender e tapar os caminhos para a sua baliza. Cristiano Ronaldo, apoiado à esquerda por João Félix e à direita por Bernardo Silva, surgia como o homem mais adiantado da Turma das Quinas, com uma linha média formada por três elementos — Bruno Fernandes, João Palhinha e Otávio —, ficando mais atrás uma linha de quatro defesas formada por João Mário, que neste jogo se estreou a titular na Seleção, ainda Gonçalo Inácio, a jogar em casa no Estádio de Alvalade e Rúben Dias, e também João Cancelo como lateral esquerdo.

As primeiras oportunidades de golo surgiram assim, naturalmente, para a Seleção de Portugal, isto porque a Islância apenas por uma vez conseguiu enviar a bola até às mãos de Diogo Costa, mas mesmo assim sem qualquer perigo. Já na baliza contrária, um lance ao minuto 7' num cruzamento-remate de Otávio, levou a bola à trave da baliza islandesa naquele que foi o momento em que o golo para Portugal esteve até então mais próximo de acontecer.

À passagem do primeiro quarto-de-hora a Islância conseguiu finalmente soltar-se um pouco no terreno, subiu até à grande-área de Portugal, mas nem por isso causou perigo para a baliza de Diogo Costa que, basicamente, continuava por essa altura como um mero observador dos acontecimentos no relvado de Alvalade.

Sobre o minuto 20' foi João Félix quem ganhou um pontapé de canto para Portugal e na sequência do lance o guarda-redes Vladimarsson viu-se obrigado a agarrar a bola com algum perigo ne resposta a um remate de Cristiano Ronaldo, ele que precisava neste jogo de marcar quatro golos para igualar Lukaku como o melhor goleador nesta fae de qualificação.

Ao minuto 25 foi Gonçalo Inácio a aparecer sem marcação na grande área a responder a um pontapé de canto com um cabeceamento ao qual faltou apenas a melhor direção. Johannesson, o médio defensivo da Islândia, viu o cartão amarelo depois da segunda falta cometida sobre Otávio, prosseguindo o jogo com Portugal no ataque e a Islância a remeter-se ao último terço do terreno sem conseguir fazer muito mais para além de defender e tapar os caminhos para a sua baliza.

Sobre o minuto 36', Bruno Fernandes, depois de receber a bola à frente do corredor direito mas ainda bem fora da grande-área da baliza da Islândia, resolveu experimentar a sua sorte com um remate de longe, colocado ao segundo poste, abrindo com isso a contagem ao fazer o primeiro golo do jogo, conferindo afinal alguma verdade no marcador relativamente ao que vinha acontecendo até então.

Sem impor grande velocidade e pecando mesmo por falta de assertividade, o facto é que Portugal era a equipa quem fizera até então para marcar e o remate de Bruno Fernandes veio conferir alguma verdade ao jogo, fazendo o 1-0 com que as duas equipas recolheram aos balneários para o intervalo.

O esquema das duas seleções manteve-se para o segundo tempo e foi naturalmente Portugal que apareceu melhor em busca do golo. Ao minuto 50' Cristiano Ronaldo apareceu a cabecear na linha da pequena-área da baliza islandesa, com a bola a terminar nas mãos de Valdimarsson, ficando o aviso de que Portugal queria mais, e Cristiano Ronaldo pretendia, também ele, deixar a sua marca neste jogo, apoiado pelo público que não deixava de entoar o nome do capitão da Turma das Quinas.

Em cima do minuto 58 foi Bernardo Silva quem tentou um pontapé de trivela com a bola a passar bem rente ao poste da baliza da Islândia, já depois de ter tocado num jogador deste conjunto, permitindo por isso um pontapé de canto para Portugal. A Turma das Quinas dominava o jogo, jogava mais perto da baliza islandesa, mas nem por isso com lances de golo eminente, num jogo pouco esclarecido em termos de finalização perante os adeptos que pediam mais aos comandados de Roberto Martinez.

À passagem do minuto 60', Bernardo Silva e João Mário cederam os seus lugares a Ricardo Horta e Raphael Guerreiro, numa altura em que também a seleção da Islândia procedeu a alterações no seu conjunto, com as entradas de Traustason, Guðjohnsen e Ellertsson, para as saídas de Bergmann Jóhannesson, Thorsteinsson e Willumsson.

Cinco minutos depois desta alterações, Portugal fez mesmo o 2-0, na recarga a um remate de João Félix a partir da esquerda do ataque. Félix rematou, o guarda-redes Valdimarsson não defendeu e permitiu que a bola ficasse ali a saltitar à disposição dos jogadores de Portugal, Cristiano Ronaldo ainda rematou contra o guarda-redes e acabou por ser Ricardo Horta, que entrara pouco antes, a assinar o segundo golo da partida.

O público voltava por esta altura a entoar o nome de Cristiano Ronaldo, ficando claro que para a festa ser completa só faltaria mesmo um golo do capitão de Portugal. Ao minuto 75' Vitinha era chamado na Seleção de Portugal para substituir Otávio, com Roberto Martinez a testar diferentes soluções num jogo em que tudo parecia resolvido em termos de resultado final. A Islância raramente passava da linha de meio-campo com a boa controlada, e Portugal dominava mas continuava a ser incapaz de encontrar a melhor resposta para a finalização nos derradeiros 30 metros do terreno, onde seleção visitante se fechava bem sem deixar grandes espaços para o futebol mais vistoso de Portugal.

Ao minuto 84', particamente no único lance em que a bola chegou a Diogo Costa vindo de um jogador da Islândia, Gudjohnsen cabeceou sem força nem convicção para a baliza de Portugal, com o guardião luso a agarrar a bola sem dificuldade. Roberto Martinez entendia por esta altura ser necessário refrescar a Turma das Quinas, apostando agora em Bruma e João Neves, para as saídas de João Félix e João Cancelo, com o pequeno João Neves a receber uma enorme ovação dos adeptos presentes nas bancadas de Alvalade.

À beira do final do jogo, sobre o minuto 90', a Islândia esteve finalmente à beira de marcar o seu golo, quando Traustason rematou de zona frontal à baliza de Diogo Costa, ainda fora da grande-área, levando a bola a bater na trave para um “bruá” vindo das bancadas onde ainda se pedia “só mais um” para a Seleção de Portugal.

O certo é que o resultado final ficou mesmo no 2-0 favorável a Portugal que, sem ter nunca que pisar o acelerador, revelou ser uma seleção claramente de melhor valor quando comparada à Islândia que, nesta noite, foi a adversária no décimo jogo da fase de qualificação para o Euro'2024. Portugal conseguiu assim um apuramento invicto com 10 vitórias em 10 jogos disputados, havendo agora que preparar da melhor forma possível a presença da Turma das Quinas no Europeu do próximo ano, onde iremos chegar na condição de uma das seleções favoritas ao triunfo. Para já, parabéns Portugal... estamos no Euro'2024.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis
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