Numa altura em que se assinala o Dia Mundial da Saúde, o Portal da Queixa revelou alguns números sobre as reclamações dos utentes dos serviços de saúde nos sectores público e privado. Atrasos no atendimento, mau atendimento, cobrança indevida, falta de informação e dificuldades no agendamento estão entre os principais motivos de reclamação dos utentes em ambos os sectores, apresentando-nos o Portal da Queixa números concretos para termos uma ideia mais fundamentada.

No primeiro trimestre do ano, os utentes registaram no Portal da Queixa mais de mil reclamações contra o setor da Saúde, um aumento na ordem dos 11%, face a 2023. Os prestadores de cuidados de saúde privados foram os mais visados com 723 queixas. Já o SNS recebeu 446 reclamações. Atrasos, mau atendimento, cobrança indevida, falta de informação e dificuldades no agendamento são os principais motivos de contestação dos utentes este ano.

Certo é que em Portugal continua a aumentar a insatisfação dos utentes com o setor da Saúde, segundo revela um estudo do Portal da Queixa efetuado por ocasião do Dia Mundial da Saúde, que se assinala no dia 7 de abril. Os prestadores de cuidados de saúde privados são os que geram mais queixas.

Entre os dias 01 janeiro e 31 março de 2024, foram apresentadas no Portal da Queixa 1169 reclamações relacionadas com a área da Saúde, um crescimento de 10.6%, em comparação com o período homólogo de 2023, onde se registaram 1057 queixas. O setor privado, não só continua a ser o mais visado, como também assiste a um aumento de 19.5% das ocorrências, face a igual período do ano anterior. No entanto, no setor público observa-se, este ano, uma redução de 1.3% no número de reclamações.

Hospital publico 1

Segundo os dados do Portal da Queixa, entre os principais motivos de reclamação dos utentes dirigidos às entidades de saúde do sistema público — onde se incluem os hospitais e maternidades; centros de saúde/unidades de saúde familiar e emergência média — estão a demora no atendimento, a gerar 30.3% das queixas. São reportados casos de utentes que chegam aos hospitais, mas que demoram para ser atendidos, ou alegam atrasos para realizações de consultas ou exames.

Segue-se o mau atendimento (26,5%); onde os utentes reclamam da forma como são atendidos pelos vários profissionais de saúde (auxiliares, enfermeiros e médicos). 

A dificuldade no agendamento de procedimentos (consultas, exames, análises) acolhe 8.1% das ocorrências registadas no setor público e a falta de informação por parte dos organismos é denunciada em 5.7% das queixas. Já o quinto motivo mais invocado (5.4%) refere-se à dificuldade no contacto com a entidade de saúde. Os utentes apontam problemas para entrar em contato com as entidades por meio de telefone, e-mail e outros meios.

Setor privado é o mais reclamado: 61,8%

Relativamente ao sistema privado, a motivar a insatisfação sobre os prestadores de cuidados de saúde lideram também as queixas por demora no atendimento (16.9%); a cobrança indevida (16%); o mau atendimento(13,4%); a falta de informação (11.8%) e a dificuldade no agendamento de procedimentos a recolher 5,6% das reclamações geradas no primeiro trimestre.   

A análise permitiu aferir que, entre as queixas dirigidas aos prestadores de saúde privados, são os Grupos de Saúde Privados que acolhem maior número de reclamações (27.9%), seguem-se as Clínicas Dentárias a absorver 7.1% e as Clínicas Médicas a recolher 5.9% das queixas. 

No entanto, foi a categoria Farmácias e Parafarmácias a que mais cresceu no setor privado este ano, com uma subida na ordem dos 69%. Foram 204 queixas no primeiro trimestre de 2024, face às 121 queixas de 2023.

Hospital Privado 2

Já no setor público, o SNS ocupa uma fatia de 38.2% no total de reclamações registado no primeiro trimestre, sendo a categoria ‘Hospitais e Maternidades’ a que mais pesa com 20.9% de queixas publicadas no Portal da Queixa.  

Entidades de saúde mais visadas

O grupo Saúde CUF e o grupo Lusíadas Saúde são os grupos de saúde mais visados no setor privado, com 12.6% e 7.5% de reclamações, respetivamente. No que se refere ao SNS, lideram o ranking o Hospital Beatriz Ângelo (Loures) e o Hospital de Santa Maria (Lisboa), ambos com uma fatia de 1.8% de queixas. 

Hospital publico 3

Na reclamação dirigida ao SNS, um dos utentes queixou-se de solicitar uma consulta para um problema de coração, em fevereiro, e reporta que a mesma foi agendada para julho.

Outro utente denuncia a longa espera no Hospital Pedro Hispano (Matosinhos), onde relatou uma possível arritmia pelas 9h00 e alega ter sido atendido pelo médico pelas 17h00.

De referir que, a análise do Portal da Queixa abrangeu 12 categorias e 299 entidades de saúde do sistema público e privado. Nos prestadores de cuidados de saúde privados, enquadram-se os Grupos de Saúde Privados, as Farmácias e Parafarmácias, as Clínicas Médicas, Clínicas Dentárias, os Laboratórios e Análises Clínicas e os Centros de Diagnóstico de Imagiologia e Radiologia.

Restará referir a propósito do Portal da Queixa que se trata de uma plataforma global de comunicação entre consumidores e marcas criada em junho de 2009. Hoje posiciona-se como uma referência nacional em matéria de consumo e o maior marketplace de reputação que permite pesquisar, reclamar e comparar qualquer marca gratuitamente. O crescimento exponencial e a consolidação da plataforma em Portugal, permitiu alcançar um novo posicionamento ao internacionalizar a sua plataforma para mercados com França (Réclame Ici), Espanha (Libro de Quejas), África do Sul (Complaints Book) e Reino Unido, através do lançamento da sua marca global: Consumers Trust.

Hospital publico 2

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