Com golos de Arthur Cabral e João Mário para o Benfica, e de Petrov para o Vizela, o Benfica venceu esta quinta-feira a formação do Vizela, por 2-1, em jogo dos quartos-de-final da Taça de Portugal, garantindo a continuidade na prova na qual terá agora pela frente as meias-finais em que terá como adversário o rival Sporting. Recorde-se que também para as meias-finais da Taça está já qualificado o Vitória de Guimarães, faltando resolver o jogo entre Santa Clara e FC Porto, interrompido ontem aos 27 minutos devido ao meu tempo quando o marcador registava ainda um empate sem golos.
Sobre o jogo desta noite em Vizela, o Benfica dominou, marcou dois golos, controlou, consentiu um golo da equipa vizelense, mas manteve ainda assim a eliminatória controlada sem precisar de forçar em demasia frente a um adversário que está a evoluir positivamente, encontrando-se ainda assim ainda muito longe da capacidade dos encarnados. Para se ter uma ideia da forma como se encontra este Vizela será bom recordar que o conjunto minhoto chegou a este jogo depois de quatro derrotas consecutivas nas quais sofreu um total de quinze golos, “explicando” dessa forma a condição de “lanterna vermelha” no campeonato.
Naturalmente, o Vizela apresentava-se por tudo isto como um adversário acessível para o Benfica, algo que explicou o facto dos encarnados terem axfixiado a equipa vizelense no primeiro quarto-de-hora, com Rafa Silva, mas também Kokçu, a colocarem a defesa da equipa minhota em estado de sítio. Contudo, à passagem do minuto 15′ o Vizela conseguiu sacudir a pressão da turma benfiquista, aparecendo no jogo com um remate de longe de Domingos Quina, um dos melhores elementos da equipa da casa, a fazer passar a bola bem junto ao poste direito da baliza de Trubin, deixando afinal um aviso para os encarnados que teriam que se aplicar para conseguir seguir adiante desta eliminatória da Taça de Portugal.



Antes deste jogo, o Vizela consentiu a derrota mais “equilibrada” frente ao Vitória de Guimarães, com os vimaranenses a vencer de forma tangencial por 1-0. Ainda assim, o técnico Rubén de la Barrera muxeu na equipa para este jogo, operando quatro alterações com as entradas de Ruberto, Anderson, Matheus Pereira e Alberto Soro, ficando de fora do onze inicial Buntic, Rodrigo Escoval, Lebedenko e Diogo Nascimento. Já do lado do Benfica, a principal novidade foi a titularidade de Alvaro Carreras no corredor direito, relegando Aursnes para o lado esquerdo da defesa e Morato para o banco de suplentes. Kokçu e João Mário também regressaram ao onze inicial dos encarnados, ficando agora de fora Bah e Florentino. João Neves e Kokçu foram assim os titulares deste Benfica, atrás de uma linha de três elementos formada por Di Maria, Rafa e João Mário no apoio ao avançado Arthur Cabral.
A jogar claramente melhor, o Benfica demorou ainda assim a chegar à vantagem no marcador, algo que só aconteceu ao minuto 34′, por Arthur Cabral. Depois de uma incursão em velocidade por parte de Rafa Silva após um passe de Alvaro Carreras, no corredor esquerdo, um passe para Arthur Cabral foi concluído de forma exímia pelo brasileiro, com um remate para o poste mais distante da baliza do Vizela, a tirar a bola do alcance de Ruberto e com isso a assinar Arthur Cabral o primeiro golo dos encarnados neste jogo e o oitavo com a camisola do Benfica em todas as competições. A partir dali, o Vizela precisava de correr atrás do prejuízo, teve que abrir mais espaços no seu meio-campo e com isso acabou por tornar a tarefa dos encarnados mais facilitada que, mesmo sem marcar, dominou e controlou o jogo.
É certo que logo depois do golo sofrido o Vizela ainda procurou responder no meio-campo defensivo do Benfica, mas rapidamente os encarnados recuperaram o domínio do jogo, tendo mais posse de bola e mais oportunidades. Foi preciso no entanto esperar pelo minuto 65′ para que o Benfica voltasse aos golos, por João Mário, num remate cruzado ao poste mais distante por entre os defesas vizelenses, que não conseguiram impedir o sucesso do pontapé do médio ofensivo dos encarnados.



Curiosamente, foi logo depois do Benfica aumentar a vantagem que o Vizela acabou por marcar também o seu golo, por Petrov, num lance em que o jogador vizelense, já dentro da grande-área benfiquista, desviou um pontapé de um colega de equipa e traiu Anatoly Trubin.
Tirando partido de alguns erros do Benfica, que passou por um momento de menor concentração depois do segundo golo, permitindo que o jogo ficasse na mão da equipa da casa, o Vizela reentrou na discussão da partida, procurando mesmo tirar o melhor partido da aposta em alguns reforços de inverno que foram chamados ao jogo no segundo tempo, nomeadamente o francês Amadou Ba-Sy, um avançado possante de nacionalidade francesa que o técnico Rubén de la Barrera colocou entre os centrais do Benfica. Roger Schmidt mexeu na equipa benfiquista, fechou o seu sector mais recuado ao fazer entrar Florentino para o lugar de Kokçu e Bah numa troca direta com Aursnes no lado direito da defesa, isto quando Morato já tinha entrado para o lugar de Alvaro Carreras, e com estas mudanças conseguiu devolver ao Benfica a tranquilidade que logo depois do golo vizelense ainda “abanou”.
O Benfica levou assim a água ao seu moinho, venceu em Vizela por um tangencial mas suficiente 2-1 e qualificou-se para as meias-finais da Taça de Portugal, mantendo tudo em aberto nas três frente em que se encontra em termos de competição, nomeadamente a Taça, mas também a Liga Europa, para a qual terá que defrontar os franceses do Toulouse no primeiro play-off, e ainda o campeonato da I Liga, competição que lidera à condição, com o Sporting logo atrás a dois pontos mas com um jogo a menos, em concreto o jogo com o Famalicão do passado fim-de-semana que não foi realizado por falta de policiamento no recinto famalicense.



Quanto ao Vizela, caiu assim nos quartos-de-final da Taça de Portugal, tendo agora que garantir o foco no campeonato da I Liga, prova em que terá obrigatoriamente que recuperar os pontos perdidos pois só dessa forma deixará o último lugar da classificação e poderá aspirar a continuar no primeiro escalão do futebol português.