Num fim-de-semana em que tanto o Sporting quanto o Benfica já tinham ganho os seus compromissos referentes à décima jornada do campeonato da I Liga, o FC Porto respondeu também ele com uma vitória, na circunstância frente ao Estoril Praia, no Estádio do Dragão, um jogo que terminou com uma goleada da equipa da casa depois de uma actuação tranquila em que os golos apareceram naturalmente em face da superioridade dos dragões. O Estoril tardou em aparecer no jogo, e quando o quis fazer estava já em desvantagem, acabando apenas por procurar minimizar os prejuízos e impedir males maiores nesta deslocação à cidade Invicta.
Antes mesmo do jogo, nota de destaque para um momento de homenagem da equipa do FC Porto às centenas de vítimas mortais e mais de um milhar de desaparecidos em consequência da tragédia que assolou a comunidade espanhola de Valência, tendo a formação portista mostrado uma faixa de apoio às gentes de Valência, com o jovem espanhol Samu em destaque ao exibir uma camisola com uma mensagem em que se podia ler “Muita Força Valência”. Afinal, futebol é muito mais do que apenas um jogo e a solidariedade não tem cor nem clube e vai muito para além das quatro linhas de um relvado!

De regresso à história do jogo, Vítor Bruno, o técnico do FC Porto, escalou para esta partida a mesma formação com a qual conseguiu uma goleada (5-0) frente ao AVS na jornada anterior, com Diogo Costa entre os postes, Martim Fernandes, Nehuén Pérez, Tiago Djaló e Francisco Moura na defesa, ainda Alan Varela e Nico González, colocando à frente destes Fábio Vieira, Namaso e Pepê com o jovem espanhol Samu como ponta-de-lança.
Do lado do Estoril Praia, Ian Cathro, o técnico dos canudinhos, seguiu igualmente a máxima segundo a qual em equipa que ganha não se mexe e repetiu a formação com a que venceu o Arouca por 4-1, com o guarda-redes Joel Robles, a defesa composta por Wagner Pina, Pedro Álvaro, Kévin Boma e Pedro Amaral, ainda Zanocelo, Jandro Orellana e Jordan Holsgrove, aparecendo mais à frente João Carvalho, Alejandro Marqués e Fabrício Garcia.
Cedo, porém, deu para o Estoril Praia que as complicações neste jogo para a sua equipa em nada poderiam ser comparadas com aquilo que fora vivenciado frente ao Arouca, isto porque o FC Porto assumiu desde o início o controlo da partida sem que os canarinhos pudessem responder a preceito.




Acabaram assim por surgir os golos dos dragões ainda no primeiro tempo, logo aos 19 minutos por Namaso, num lance em que Martim Fernandes fez a assistência para o golo, fruto de um remate de Namaso que o guarda-redes Joel ainda defende mas não evita que a bola vá lentamente parar já para lá da linha de golo dentro das redes da baliza estorilista.
Antes que o Estoril Praia conseguisse esboçar alguma resposta efectiva ao golo sofrido, Pepê ainda privilegiou o fair-play ao minuto 24′, num lance em que o defesa estilista Pedro Amaral se lesionou sozinho, levando a que Pepê parasse a jogada quando iria ficar isolado em frente ao guarda-redes Joel Robles. Pepê não marcou nesse lance mas acabaria por marcar o 2-0 pouco depois, ao minuto 28′ numa verdadeira oferta de Boma que, ao querer fazer um atraso para o seu guarda-redes, fez um passe demasiado curto, deixando a bola à mercê de Pepê que, perante a baliza deserta, só teve que encostar para fazer o 2-0.


O FC Porto construía assim uma vantagem tranquila no primeiro tempo, esteve mesmo à beira de dilatar a vantagem nos derradeiros minutos do primeiro tempo, perante um Estoril Praia que não se mostrava capaz de contrariar o melhor jogo da equipa da casa num jogo praticamente de sentido único. Esta toada do encontro manteve-se para além do intervalo, com o conjunto azul e branco a dominar, perante uma formação camarinha neste jogo a jogar de rosa e quase sempre muito “fofinha”, sem conseguir contrariar o melhor futebol portista.
Vítor Bruno operou algumas mudanças no segundo tempo, tendo começado por tirar Varela para a entrada de Eustáquio, poupando o médio para o jogo da próxima quinta-feira em Itália frente à Lazio, referente à Liga Europa, apostando depois, ao minuto 70′, em Galeno por troca com Fábio Vieira, acabando esta alteração por ter particular influência no resultado final. É que Galeno, primeiro aos 77′ minutos, depois de um passe de Martim Fernandes, e depois aos 87′, após assistência de João Mário, acabou por assinar os dois golos que fecharam o resultado final em 4-0, perante um Estoril Praia que pouco conseguiu fazer para impedir um marcador com cheiro a goleada.


O FC Porto manteve assim tudo igual na frente do campeonato, numa jornada em que os seus rivais diretos na corrida pelo título já tinham vencido, mantendo-se assim o Sporting na frente agora com 30 pontos, mais três que o FC Porto, estando este a cinco de vantagem sobre o Benfica, ainda que as águias tenham um jogo a menos depois do embate com o Nacional da Madeira ter sido adiado devido ao nevoeiro na Choupana. Já o Estoril Praia, depois de mais uma jornada sem pontuar, cai para 11º na classificação da I Liga, num grupo de quatro clubes todos com nove pontos.
Nota final para o destaque neste jogo de Pepê e Galeno, dois jogadores que estiveram em evidência na formação portista, mas também para Martim Fernandes e Namaso, dois elementos com uma exibição de sinal mais no onze às ordens de Vítor Bruno. Ao invés, uma referência para o espanhol Samu, ele que tem sido o abono de família da equipa portista mas que neste jogo primou pela descrição, ficando em branco sem conseguir apontar qualquer golo na baliza à guarda de Joel Robles.

Já no Estoril Praia, e apesar da derrota, nota positiva para o médio escocês Holsgrove, um dos jogadores que procurou remar contra uma maré nada favorável ao jogo da turma canarinha e deu conta de uma vontade assinalável.