SLB 3-0 Boavista 1301

Benfica “opcional” vence Boavista de forma tão fácil quanto perdulária

A jogar com uma equipa recheada de opções vindas do banco de suplentes, uma espécie de Benfica “B” para Bruno Lage pela necessidade de dar descanso, ou tempo de recuperação, a alguns dos titulares, o Benfica conseguiu ainda assim uma vitória robusta frente ao Boavista, por 3-0, em jogo disputado no Estádio da Luz referente à 23ª jornada do campeonato da I Liga, uma partida em que o grande herói foi o guarda-redes da equipa contrária, o checo Tomás Vlaclik, que assinou uma exibição enorme com defesas de elevado nível de dificuldade.

Com efeito, se a forma como os encarnados construíram a vitória pode ser adjectivada como tranquila e até “fácil”, perante um Boavista que apenas por uma vez assinou um lance junto da área de baliza dos encarnados e já no segundo tempo sem qualquer consequência, a verdade é que o Benfica pecou por uma quase completa ausência de eficácia, tantas foram as oportunidades que dispôs para garantir um resultado ao jeito de uma verdadeira “goleada”.

Não conseguiu o Benfica vencer com goleada, o guarda-redes Vlaclik assinou uma excelente exibição com defesas de grande nível, e os comandados de Bruno Lage acabaram por garantir a vitória, ainda assim naturalmente o seu primeiro objectivo, com um resultado tranquilo de 3-0, com golos de Belloti, Pavlidis e Kokçu.

Com o guarda-redes Samuel Soares entre os postes, uma defesa formada por Leandro Santos, Tomás Araújo, Otamendi e Carreras, a linha média com Kokçu e Aursnes, jogando depois Dahl, Bruma e Amdouni no apoio a Belloti, o Benfica enfrentou um Boavista agora orientado por Lito Vidigal, com Vlaclik na baliza Lystsov, Abascal e Fogning no eixo da defesa apoiados por Salvador Agra e Joel Silva nas alas, ainda Ginkel e Seba Pérez, sobrando as acções ofensivas para Reisinho, Bozenik e Moussa.

Devidamente “espalhadas” as duas equipas pelo relvado da Luz, rapidamente o Benfica assumiu como sua zona de ação o meio-campo defensivo dos axadrezados, procurando visar a baliza de Vlaklic com alguns remates à entrada da área. Isso mesmo aconteceu ao minuto 22’, num remate de Amdouni que o guarda-redes do Boavista defendeu sacudindo a bola pela linha de fundo, cedendo um pontapé de canto que por pouco terminava no primeiro golo dos encarnados.

Dahl bateu o canto do lado direito do ataque, a bola foi desviada por Carreras para o segundo poste e aí apareceu o mesmo Amdouni a encostar a barriga na bola falhando por pouco um golo de baliza aberta.

Dahl a brilhar e Belloti a marcar

O Benfica dominava, Dahl era um quebra-cabeças para o corredor direito da defesa boavisteira, e os remates às redes defendidas por Vlaclik sucediam-se com frequência. Acabou mesmo por ser por aquele lado esquerdo do ataque encarnado, mas num lance em que, aos 27’ minutos, Dahl solicitou a entrada de Bruma, com este a percorrer todo o meio-campo do Boavista, cruzou para o interior da área e aí apareceu Belloti a fazer o primeiro golo do jogo.

Os jogadores do Boavista protestaram com o árbitro José Bessa uma suposta falta a meio-campo no início do lance, o juíz da partida nada assinalou, o VAR Fábio Melo também não deu qualquer indicação e o lance, que na transmissão televisiva não mereceu repetições por parte da BTV, terminou com o golo validado para o Benfica, naquele que foi o primeiro golo do italiano Belloti de águia ao peito.

O mesmo Belloti falhou logo depois dois lances de golo em que acertou primeiro no poste esquerdo da baliza de Vlaclik, para depois falhar de novo um segundo remate por muito pouco, num jogo em que o guarda-redes na baliza do Benfica, Samuel Soares, se limitava a um papel de espectador. De tal forma assim era por esta altura no jogo que tudo acontecia no meio-campo defensivo do Boavista, com a turma que viajou desde o Bessa até Lisboa a ser incapaz de ter bola e com ela conseguir ultrapassar a linha de meio-campo para o lado dos encarnados.

Pecando pela falta de eficácia no último toque, o Benfica continuava a construir oportunidades de golo de forma consecutiva, num jogo fácil para os encarnados que, ainda assim, viu terminar a primeira parte com a vantagem mínima do Benfica no marcador.

Houve oportunidades para mais, o Benfica teve capacidade de construção, mas a finalização nada eficaz levou a que as duas equipas recolhessem aos balneários com o Benfica a vencer apenas por 1-0.

Guarda-redes Tomás Vlaclik impediu goleada

Depois de um intervalo em que o antigo guarda-redes dos encarnados, Michel Preud’Homme, foi homenageado pelo público presente no Estádio da Luz, ele que mereceu o título de melhor guarda-redes do Mundo e que defendeu a baliza dos encarnados entre as épocas de 1994-95 e 1998-99, o jogo prosseguiu com o mesmo registo que tinha marcado o primeiro tempo. O Benfica prosseguiu assim a partida com mais posse de bola, presença constante no meio-campo defensivo dos boavisteiros e a criar diversas oportunidades de golo das quais viria a concretizar mais duas.

A exemplo do que tinha acontecido no primeiro tempo, o Benfica regressou para a etapa complementar a mandar no jogo, tirando qualquer iniciativa de jogo aos axadrezados e construindo inúmeras oportunidades de golo, com lances em que Amdouni e Belloti chegaram a aparecer sem oposição em frente ao guarda-redes Vlaclik que, assinando uma excelente exibição, foi mantendo o marcador com a vantagem mínima para a equipa da casa. Para complicar ainda mais a tarefa do Boavista, Miguel Reisinho viu um cartão vermelho direto por uma entrada duríssima sobre Kokçu, um lance em que o VAR alertou o árbitro e este, depois de rever o lance, deu ordem de expulsão ao jogador axadrezado.

Com passes a vinte e a trinta metros simplesmente perfeitos, a quebrar linhas e a rasgar por completo a defesa do Boavista, a falta de eficácia no último toque continuou a ser a grande falha na prestação benfiquista o que, aliado a uma excelente exibição de Vlaclik, impediu que o Benfica traduzisse em golos a quantidade de oportunidades que conseguiu criar.

Pavlidis saltou do banco, entrou… e marcou!

À passagem do minuto 67’ Belloti e Amdouni deram os seus lugares a Pavlidis e Akturkoglu, alterações que trouxeram frescura física para os últimos metros no terreno, acabando por ser necessária uma espera de apenas três minutos para que estas alterações resultassem em golo.

À passagem do minuto 70, Akturkoglu recebeu a bola no lado direito da área do Boavista, cruzou para a frente da baliza e aí apareceu Pavlidis a finalizar com um toque determinante a fazer o 2-0. Logo depois, ao minuto 73’, o mesmo Pavlidis voltou a ter uma oportunidade soberana para marcar, respondendo Vlaclik com mais uma excelente defesa, uma palmada que desviou a bola pela linha de fundo, num jogo em que o Benfica continuava a pecar pelo défice de golos face à quantidade de oportunidades criadas.

Ao minuto 75’, Dahl e Salvador Agra embrulharam-se dentro da área do Boavista, o jogador do Benfica caiu dentro da área axadrezada e o árbitro não hesitou em assinalar a grande penalidade que Kokçu se encarregou de transformar no 3-0, para festa da grande maioria dos 58.022 espectadores que estiveram nas bancadas do Estádio da Luz nesta partida.

Kokçu fez o terceiro golo do jogo e logo depois deixou as quatro linhas, ele que tal como Carreras puderam descansar mais cedo, saindo ao minuto 78’ para as entradas de Arthur Cabral e Nuno Félix.

Em cima do minuto 81’ o Boavista conseguiu o primeiro pontapé de canto junto à baliza de Samuel Soares, mas do lance nada resultou, prosseguindo o jogo com nova mudança na turma benfiquista, agora com a saída de Aursnes para a estreia do miúdo Diogo Prioste.

A equipa encarnada tinha agora a missão tranquila de levar a vantagem de três golos até ao final, podendo mesmo aumentar o pecúlio de golos, algo que só não aconteceu pela má finalização por parte dos homens de Bruno Lage, mas também por algumas intervenções de grande valor assinadas pelo guardião checo Tomás Vlaclik, porventura um dos melhores elementos neste jogo pela forma como impediu que o Benfica conseguisse uma goleada das antigas no Estádio da Luz.

O Benfica avança agora para a preparação do jogo da próxima quarta-feira, uma vez mais no Estádio da Luz, frente ao Sporting de Braga, referente aos quartos-de-final da Taça de Portugal, naturalmente a acompanhar pelo LusoNotícias. Já o Boavista terá pela frente uma semana para preparar o jogo do próximo domingo, 2 de Março, no Estádio do Bessa com o Santa Clara referente à 24ª jornada da I Liga.

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis e Luís Moreira Duarte

Sondagem

Qual a sua convicção pessoal relativamente ao curso da guerra na Ucrânia?

View Results

Loading ... Loading ...

Rádio LusoSaber

Facebook

Parcerias

Subscreva a nossa Newsletter

Inscreva-se para receber nossas últimas atualizações na sua caixa de entrada!