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Apagão em Portugal corrigido de forma gradual e a exigir respostas

Portugal continental viveu, esta segunda-feira, um dia marcado por um apagão de grandes dimensões que afetou milhões de pessoas e diversas áreas de atividade. A falha no fornecimento de energia elétrica, cuja origem ainda está sob investigação mas que está a seár atribuída a um problema com origem na rede espanhola de energia, começou durante a manhã e só começou a ser gradualmente resolvida ao final do dia, causando transtornos significativos em todo o país.

O corte de energia, que se iniciou por volta das 10h00, como demos conta desde o início do mesmo, rapidamente se propagou, afetando desde grandes centros urbanos a pequenas localidades. As consequências foram vastas: semáforos inoperacionais geraram caos no trânsito, serviços de transporte público como o metro e os comboios sofreram interrupções, e muitas empresas e lojas foram forçadas a encerrar portas. Hospitais e outros serviços essenciais operaram com recurso a geradores de emergência, mas a dimensão do apagão levantou preocupações sobre a resiliência das infraestruturas críticas.

As comunicações também foram afetadas, com relatos de falhas nas redes móveis e fixas, dificultando a obtenção de informações e o contacto entre as pessoas. Muitos portugueses recorreram às redes sociais para partilhar a sua frustração e procurar informações sobre a situação, mas mesmo por aí tornou-se difícil a comunicação porque a determinada altura era simplesmente impossível encontrar rede de qualquer uma das empresas de comunicações a operar em Portugal.

Sem informações válidas e fiáveis, foram muitos os rumores que surgiram, desde um ataque cibernético, relativamente ao qual as autoridades desde cedo negaram essa possibilidade, até um incêndio que teria deflagrado no sul de França, e que teria obrigado ao desligar de um ramal de energia em Espanha o que terá resultado num problema em jeito de queda de pedras de dominó, falando-se ainda de. um “fenómeno raro” que terá provocado um excesso de carga induzida na rede e por via disso o apagão. Certo é que até às primeiras horas desta terça-feira ainda não havia uma explicação final, do mesmo modo que também ainda não estava totalmente resolvido a falta de energia elétrica, isto porque zonas na margem sul do Tejo, mas também no Alentejo e no Algarve ainda havia indicações de populações às escuras.

Ao longo do dia, as autoridades competentes, nomeadamente a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e a REN (Redes Energéticas Nacionais), emitiram comunicados a dar conta da ocorrência e a garantir que estavam a trabalhar para identificar a causa do problema e restabelecer o fornecimento o mais rapidamente possível. Em declarações à comunicação social, o Primeiro-Ministro Luís Montenegro lamentou o sucedido, felicitou os portugueses pela forma ordeira e cívica com que encararam este problema e garantiu que tudo está a ser feito para uma rápida resolução do mesmo, assegurando que será aberta uma investigação rigorosa para apurar as responsabilidades e evitar que situações semelhantes se repitam. “Estamos cientes dos transtornos causados à população e às empresas. A prioridade é restabelecer a normalidade e garantir que as causas deste apagão sejam devidamente identificadas e corrigidas”, afirmou.

O restabelecimento gradual da energia elétrica começou a ocorrer ao final da tarde, com as primeiras áreas a verem a luz regressar por volta das 18h00. No entanto, em algumas regiões, a situação persistiu por mais tempo, com relatos de lares e empresas ainda sem eletricidade ao início da noite. A REN informou, em comunicado emitido pelas 21h00, que a situação estava “largamente normalizada” em todo o território continental, embora pudessem ainda ocorrer algumas falhas pontuais.

Este apagão de grande escala levanta sérias questões sobre a segurança e a robustez da rede elétrica nacional, num momento em que a dependência da energia é cada vez maior. A investigação agora em curso será crucial para determinar as causas e implementar medidas que previnam futuros incidentes desta natureza. Curiosamente, algumas críticas ao Governo surgiram de pronto, nomeadamente dos líderes da oposição, Pedro Nuno Santos, do Partido Socialista, mas também André Ventura, o presidente do Chega, para quem este apagão não terá sido bem gerido, tendo Ventura lembrado que o problema tem na origem acordos feitos no passado que levaram a que Portugal encerrasse algumas centrais elétricas, encontrando-se agora demasiado dependente do exterior para o fornecimento de energia.

Outras consequências do apagão merecem igualmente particular atenção, nomeadamente o facto de se ter verificado falhas no abastecimento de água às populações apenas quatro horas após o início do apagão, o encerramento da quase totalidade de estabelecimentos como supermercados e lojas de vendas de artigos de primeira necessidade, e incapacidade de acesso a dinheiro vivo numa situação em que os pagamentos nos terminais multibanco ou ações de levantamento se tornaram simplesmente impossíveis.

Nota ainda para a incapacidade de resposta da rede de semáforos das principais cidades, que simplesmente se desligaram, provocando situações verdadeira caóticas no trânsito, sem que se visse nas cidades uma atitude reactiva das forças de segurança. O civismo imperou, aqui e ali com uma ou outra discussão, nomeadamente nas redes de transportes que simplesmente colapsaram, num dia que tinha começado com uma greve dos revisores da CP, e relativamente a esse civismo há que dar os parabéns aos portugueses.

Jorge Reis

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