Foi simplesmente épico o jogo realizado esta quinta-feira no Arena de Estugarda, entre a Espanha e a França, meia-final da Liga das Nações, que o conjunto espanhol venceu por 5-4 depois de ter estado a vencer por 4-0 já durante o segundo tempo. A Espanha mostrou uma enorme qualidade, nomeadamente na forma como atacou e marcou, mas a França nunca se deu por vencida e, após algumas mudanças na etapa complementar, explorou as falhas defensivas espanholas e marcou quatro golos que quase empatavam o jogo à beira do minuto 90′. Assistimos assim a um jogo memorável, uma meia-final da Liga das Nações entre Espanha e França que se transformou num verdadeiro festival de golos, com as duas potências do futebol mundial a oferecerem um espetáculo de nove tentos e emoção até ao último apito.
A Espanha, que chegou a estar a vencer por uns impressionantes 4-0, viu a França ressuscitar de forma notável, mas conseguiu segurar a vitória por 5-4, garantindo assim um lugar na grande final de domingo contra Portugal. Pelo meio ficou um verdadeiro duelo de estrelas no Arena de Estugarda, com 22 dos melhores jogadores da Europa em campo de início mais aqueles que entraram ao longo do jogo, alguns dos quais com papel determinante na forma como foi escrita a história desta partida.





O início do jogo foi marcado pelo equilíbrio e intensidade, com ambas as equipões a procurarem profundidade, mas a encontrarem dificuldades em criar remates claros. A França, com Dembélé, Desiré Doué e Olise a apoiar um Mbappé com total liberdade, até parecia ter um ligeiro ascendente, com Théo Hernandez a atirar à trave na primeira grande oportunidade. No entanto, a “Roja” virou o tabuleiro em dois tempos, impulsionada pela irreverência dos seus jovens talentos.
Lamine Yamal começou
a abrir o livro aos 23′ minutos
Aos 23 minutos, Lamine Yamal fez uma jogada notável pela direita, servindo Oyarzabal, que aguentou a pressão e soltou para Nico Williams abrir o marcador com um grande remate. O festival estava apenas a começar. Três minutos depois, Zubimendi, com um passe magistral, encontrou Oyarzabal que assistiu Merino para o 2-0. Em apenas dois lances rápidos, a Espanha desarmou a França, levando uma vantagem confortável para o intervalo.




A vantagem foi duplicada de forma avassaladora no início da segunda parte. Lamine Yamal foi travado na área por Rabiot e o próprio jovem avançado converteu o penálti para o 3-0. Quase de seguida, um pormenor fantástico de Pedri, que puxou a bola com o calcanhar antes de combinar com Nico Williams, culminou no 4-0. Aos 55 minutos, parecia que o adversário de Portugal estava encontrado.
Mas a França tinha algo a dizer. Mbappé, depois de penálti cometido sobre si mesmo, reduziu para 4-1, animando a equipa francesa. Contudo, a Espanha voltou a mostrar a sua eficácia com um lance rápido ao primeiro toque: Pedro Porro lançou Lamine Yamal, que bisou no jogo com um desvio subtil, elevando o placar para 5-1. Parecia, agora sim, tudo resolvido.




Rayan Cherki foi o “Joker”
que saiu do banco francês
Mas o jogo não estava, de todo, resolvido! O selecionador francês mexeu na formação gaulesa, chamou ao jogo Rayan Cherki, e a verdade é que este mudou o rumo dos acontecimentos. O jovem do Olympique Lyon, com uma exibição inspiradora, fez o segundo da França com um grande remate e esteve na origem do terceiro, um infeliz autogolo de Dani Vivian. A vantagem que era esmagadora diminuiu para dois golos. Já nos descontos, Kolo Muani marcou o quarto golo francês, elevando a tensão ao máximo. A Espanha abanou, mas foi salva pelo apito final do árbitro, com o portista Samu já em campo, selando o resultado em 5-4.
A Espanha, atual detentora do título da Liga das Nações e campeã europeia em título, somou o seu 24.º jogo sem perder e garantiu um emocionante encontro com Portugal na final de domingo. Um duelo ibérico que promete ser mais um capítulo emocionante nesta competição.
Para a história deste jogo ficam as excelentes exibições de Lamine Yamal, sem dúvida a figura do jogo, com dois golos e uma assistência, mostrando a sua irreverência e qualidade técnica a surgir como umum desequilibrador constante, ainda Nico Williams, ele que abriu o marcador com um grande golo e esteve envolvido na construção de outro, contribuindo com velocidade e eficácia pelos corredores e Oyarzabal, crucial nas assistências para os dois primeiros golos da Espanha, mostrando inteligência e capacidade de leitura do jogo.





Do lado francês, a entrada de Rayan Cherki no jogo, durante o segundo tempo, mudou a dinâmica da França, marcando um golo e participando na criação de outro, sendo o motor da recuperação gaulesa, havendo ainda a destacar Kylian Mbappé, isto porque, apesar da derrota, foi o capitão e o principal ponto de referência do ataque francês, marcando o primeiro golo da sua equipa e mostrando a sua liberdade de movimentos.
Fica a história de um jogo que será certamente recordado por muito tempo, até pela forma como foi construído o resultado com nove golos entre duas das seleções mais fortes do futebol europeu, e que permitiu o apuramento da Espanha para a Final da Liga das Nações a disputar no próximo domingo entre esta seleção espanhola e Portugal, que ontem, quarta-feira, venceu a Alemanha por 2-1 tal como aqui demos conta.



