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Di Magia também funcionou para o Benfica no casino do Mónaco

Num jogo em que o Benfica esteve a perder por duas vezes, frente ao Mónaco, em casa do clube monegasco mas com os adeptos benfiquistas em maioria nas bancadas do Estádio Louis II, o argentino Di Maria não marcou desta vez qualquer golo, mas foi determinante com duas assistências para dois golos em três minutos.

Aos 85′ e aos 88′ minutos, Arthur Cabral e Amdouni, dois jogadores que Bruno Lage chamou ao jogo a partir do banco de suplentes para o segundo tempo, marcaram dois importantes golos com os quais os encarnados deram a volta ao jogo, por essa altura favorável ao Mónaco por 2-1 – Pavlidis já tinha marcado o primeiro golo do Benfica –, e garantiram uma importante vitória na quinta jornada da fase de liga da Liga dos Campeões.

Um final de jogo verdadeiramente épico, depois de um primeiro tempo pouco inspirado e um arranque de segundo tempo em que os indicadores apontavam para que o Mónaco conseguisse manter a invencibilidade que vinha conseguindo nesta edição da Champions League, acabou com o Benfica a encontrar forças onde parecia não as ter.

Às ordens de Bruno Lage, os encarnados ultrapassaram o conjunto monegasco para vencer por 3-2, passando a somar nove pontos na classificação da Liga dos Campeões e podendo mesmo voltar a sonhar com o apuramento direto para os oitavos-de-final da mais importante competição da UEFA para clubes.

Benfica entrou mal
no jogo com o Mónaco

À partida para este jogo, Bruno Lage escalou aquele que é tido como o melhor onze do Benfica, com o ucraniano Trubin entre os postes, ainda Alexander Bah, Otamendi, Tomás Araújo e Álvaro Carreras na linha mais recuada, também Aursnes, Florentino e Kokçu no meio-campo, com este último a aparecer muitas vezes nas costas do ponta-de-lança, o grego Pavlidis, ladeado por Di María e Aktürkoglu.

Do lado da formação monegasca, o técnico austríaco Adi Hütter apostou num onze colocado no terreno em 4x2x3x1, com o guarda-redes Majecki, os defesas Vanderson, Kehrer, Singo e Caio Henrique, ainda Lamine Camara e Zakariacom a missão de fazerem a ligação com os homens mais adiantados, surgindo depois Akliouche, Golovin e Ben Seghir nas costas do ponta-de-lança Embolo.

Curiosamente, apesar de colocar os seus melhores trunfos sobre a mesa de jogo, o relvado do Louis II, o Benfica tardou em conseguir impor-se perante um Mónaco que chegava a este encontro com 10 pontos já acumulados nos quatro jogos anteriores, fruto de quatro triunfos e um empate. Ao invés, o Benfica somava apenas seis pontos, depois das vitórias sobre o Estrela Vermelha e o Atlético de Madrid, precisando por isso de pontuar para se manter no lote de equipas capaz de chegar ao play-off que irá dar acesso aos oitavos-de-final desta prova.

Perante este cenário, ninguém terá ficado surpreendido pela melhor forma como a turma monegasca entrou no jogo, a dominar e a ser mais perigosa. O Benfica iniciou o jogo de forma particularmente pouco inspirada, perante um adversário sempre mais focado e mais perigoso, e não causou surpresa o primeiro golo do jogo, para o Mónaco, aos 13′ minutos, apontado por Ben Seghir, depois de uma assistência de Golovin.

A perder, os encarnados, neste jogo a jogarem vestidos com o equipamento negro de águia ao peito, complicaram ainda mais a sua missão com os cartões amarelos recebidos por Florentino e Aursnes, jogadores que a determinada altura do primeiro tempo poderiam mesmo ter visto o segundo amarelo e o consequente vermelho, algo que só não aconteceu porque o árbitro manteve um critério largo na avaliação das faltas a meio-campo. Curiosamente, não viram os segundos amarelos os jogadores do Benfica, mas viram os primeiros amarelos os jogadores do Mónaco por pedirem cartões para os pupilos de Bruno Lage, com protestos que viriam a ter influência no jogo na segunda metade da partida.

Critério largo do árbitro
jogou a favor do Benfica

Ao intervalo o Mónaco vencia por 1-0, aparecendo o Benfica já com três jogadores “amarelados” frente ao Mónaco que tinha dois dos seus elementos advertidos com aquela cartolina. O jogo recomeçou para o segundo tempo e eis que o Benfica chegava ao empate, com um golo de Pavlidis a tirar o melhor partido de um erro crasso do central Caio Henrique que, ao pretender atrasar a bola para o seu guarda-redes, o polaco Radoslaw Majecki, permitiu que o avançado grego do Benfica interferisse na jogada, ultrapassando o guardião e ficando com a baliza à sua mercê para ter apenas que encostar para o golo do empate.

Apesar de ter empatado o jogo, o Benfica não conseguia equilibrar a partida que continuava a ser dominada pelo Mónaco, acabando o conjunto monegasco por andar perto de nova vantagem, tendo mesmo conseguido um golo, apontado por Akliouche mas anulado pelo VAR ao minuto 51′. Situação idêntica viveu o Benfica pouco depois, ao minuto 55′ quando, depois de uma assistência de Di Maria, o lateral Bah apareceu a entrar veloz sobre a bola para fazer o que seria o golo para Benfica, também este anulado pelo VAR por posição irregular do camisola 11 argentino.

Ao minuto 57′ o técnico austríaco do Monaco fez duas mudanças na sua equipa, apostando em Magassa e Mawissa (saíram Caio Henrique e Camara), mas logo no minuto seguinte Wilfried Singo, curiosamente um dos elementos do Mónaco que viram o cartão amarelo no primeiro tempo por terem pedido amarelos para os jogadores do Benfica, viu este defesa central o segundo amarelo no jogo, depois de uma entrada com o cotovelo sobre Pavlidis, e com isso viu o consequente cartão vermelho, deixando o Mónaco reduzido a 10 unidades.

Contra 10, o Benfica
começou por jogar… pior

Contudo, a partir do momento em que o Benfica ficou em vantagem numérica, foi o Mónaco quem assumiu de facto o comando da partida. Os técnicos mexeram nos respetivos conjuntos, o Mónaco recompôs a sua linha defensiva com a entrada de Salisu por troca com Ben Seghir, o autor do golo monegasco, sendo chamado ao jogo também o avançado Balogun para a troca direta por Embolo, e Bruno Lage respondia no Benfica com as apostas em Arthur Cabral e Amdouni, para as saídas de Pavlidis e Florentino.

Pouco depois daquelas alterações, à passagem do minuto 67′, com o Mónaco em inferioridade numérica, o Benfica acabou por consentir o segundo golo para os monegascos, num lance em que participaram os dois homens que tinham entrado a partir do banco no segundo tempo. Mawissa fez um cruzamento atrasado para a entrada da área do Benfica e aí surgiu Magassa que, com um remate rasteiro, colocou uma vez mais o Mónaco em vantagem no marcador.

E foi já quando se encontrou a perder que o Benfica acordou para nova reação, com Di Maria finalmente a aparecer no jogo para comandar as operações de uma equipa que se encontrava finalmente, alavancada pelos incentivos do público nas bancadas do Estádio Louis II.

Di Maria acordou perto do fim
para dar a vitória ao Benfica

À beira do fim da partida, quando alguns poderiam já estar convencidos que o Benfica iria regressar a Portugal com mais uma derrota, o jogo voltou a dar a volta no espaço de três minutos.

Aos 85 minutos, Di Maria confundiu a defesa do Mónaco quando surgiu no corredor esquerdo e dali fez um cruzamento para a pequena-área, onde apareceu Arthur Cabral em velocidade a antecipar-se a Mawissa para cabecear para o golo do empate. E pouco depois, quando o Mónaco ainda tentava perceber o que se estava a passar, eis que Di Maria voltava a aparecer com novo cruzamento, agora do lado direito, teleguiado para a cabeça de Amdouni que desviou a bola para o fundo da baliza de Majecki.

Dois apontamentos “Di Magia” que, tal como permitiram ao Benfica deitar por terra o Estrela da Amadora no jogo da Taça de Portugal, foram agora determinantes para virar a história do jogo frente ao Mónaco, permitindo à turma benfiquista garantir a vitória e a consequente conquista dos três pontos para a Liga dos Campeões.

O Mónaco prossegue assim com 10 pontos na tabela classificaria da Liga dos Campeões, no oitavo lugar com os mesmos pontos que possui o Sporting no décimo posto, aparecendo agora o Benfica em 14º com nove pontos, isto numa altura em que o Benfica terá como próximo adversário na Champions o Bologna, a 11 de Dezembro no Estádio da Luz.

texto: Jorge Reis
fotos: ©X (Twitter)

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