A lutar pela manutenção, o Estrela da Amadora recebeu o FC Porto no Estádio José Gomes, na Reboleira, e venceu por 2-0, com uma exibição categórica e golos assinados por Kikas, claramente o melhor homem em campo, e Alan Ruiz, na transformação de uma grande penalidade assinalada com o auxílio do VAR, já depois do árbitro ter dado um cartão amarelo a Bucca, do Estrela da Amadora, a quem acusou de simulação. David Silva, o árbitro da partida, foi chamado a rever o lance pelo VAR, Manuel Mota, e verificou que houve mesmo uma entrada faltosa do guarda-redes Cláudio Ramos — Diogo Costa ficou de fora lesionado — sobre Buca.
O amarelo foi retirado a Bucca e exibido ao guardião portista, acabando este por ser batido pela segunda vez no jogo com o penálti convertido por Alan Ruiz. Pelo meio, numa noite para esquecer para o FC Porto, houve ainda tempo para que os Super Dragões pudessem interromper o jogo com o arremesso de tochas para o relvado, num jogo em que, para além dos dois golos, foram várias as oportunidades do clube tricolor para conseguir uma vitória mais dilatada sobre o FC Porto.










A jogar de uma forma descontraída, sem recear o adversário e a acreditar no seu próprio valor, o Estrela da Amadora entrou a mandar no jogo, construindo várias oportunidades de golo, chegando a colocar a bola na trave da baliza à guarda de Cláudio Ramos. Kikas foi sempre uma seta apontada às redes portistas, e lances em que a bola era lançada para velocidade deste avançado tricolor causava quase sempre o pânico na defesa do FC Porto, incapaz de controlar a profundidade do ataque do Estrela da Amadora.
Com Alan Ruiz a procurar sempre as melhores desmarcações de Kikas, Jovane Cabral a aparecer com lances velozes e dribles eficazes, e Bucca e Paulo Moreira a dominar o meio-campo, o Estrela da Amadora fechava os caminhos para a sua baliza onde João Costa conseguiu uma noite sem grandes percalços, sempre bem defendido por Travassos, Renato Pantalon, Dramé, Montoia e Amine Idrissi.










Dragões sem chama nem vontade
Já do lado do FC Porto, sem o seu “capitão” Diogo Costa, lesionado, ele que é claramente o jogador que faz a diferença no actual plantel portista, o “onze” foi montado por Martín Anselmi com Cláudio Ramos na baliza, um trio de centrais formado por Zé Pedro, Eustáquio e Marcano, ainda João Mário, Alan Varela, Fábio Vieira e Francisco Moura, aparecendo na frente Pepê (que na verdade não apareceu neste jogo) e Rodrigo Mora no apoio a Deniz Gül.
No final de uma semana que ficou marcado para o FC Porto pela festa de aniversário do brasileiro Otávio, levando vários jogadores a serem “apanhados” na noite do Porto, na Avenida da Boavista, já bem de madrugada, infringindo o regulamento interno do clube azul e branco, o resultado negativo, fruto de uma fraca exibição, dos comandados de Anselmi, deixaram de novo a “nação portista” em polvorosa, com “esperas” aos jogadores à saída do Estádio José Gomes por parte dos adeptos azuis e brancos, mas também, mais tarde, à chegada ao Estádio do Dragão já na cidade do Porto.








Com o Estrela da Amadora a pressionar o último reduto portista, o golo dos tricolores apareceu de uma forma tão natural quanto justa, assinado por Kikas, o jogador que foi em permanência a grande dor de cabeça do sector mais recuado do FC Porto.
Um “Kikókeres” na Reboleira
À passagem do minuto 38, já depois de duas oportunidades falhadas por muito pouco, Kikas recebeu uma bola longa enviada desde a linha defensiva da sua equipa, com Bucca ainda a “pentear” a trajectória do esférico antes deste ser solto na frente, aparecendo então o camisola 98 do Estrela da Amadora isolado em frente a Cláudio Ramos desta vez a ser eficaz, colocando os tricolores na frente do marcador num jogo em que era evidente a falta de capacidade de resposta portista. Sempre lançado em velocidade para as costas da defesa contrária, Kikas mostrou velocidade e jogou sempre no limite do fora-de-jogo, acabando por ser o peso que desequilibrou a balança no jogo da Reboleira, justificando que um adepto tricolor gritasse a partir da bancada um explícito “és o nosso Gyokeres”.








Do outro lado, entre os jogadores do FC Porto, Rodrigo Mora foi anulado pela linha defensiva do Estrela da Amadora, Pepê foi sempre um elemento a menos pela apatia com que se entregou ao jogo e Deniz Gül, o avançado chamado à titularidade neste jogo, nunca justificou a escolha, num jogo em que o FC Porto passou ao lado do objectivo do golo, tendo o guarda-redes tricolor João Costa ultrapassado o jogo sem ter sido realmente posto à prova.
Num jogo em que uma vitória portista significaria a recuperação por parte dos dragões do terceiro lugar do campeonato da I Liga, acabou por ser o Estrela da Amadora a conseguir a conquista dos três pontos, porventura decisivos na luta do clube da Reboleira pela manutenção no escalão maior do futebol português.










No FC Porto o técnico Martín Anselmi ainda utilizou no segundo tempo Samu, que entrou ao minuto 46′ por troca com Deniz Gül, mas também Martim Fernandes, Williams, Namaso e André Franco, mas nenhum destes jogadores conseguiu fazer a diferença numa exibição apática, sem chama e completamente inconsequente perante um oponente, o Estrela da Amadora, que dentro das quatro linhas foi superior e merece a conquista dos três pontos.
Já do lado da turma tricolor, o técnico José Faria conseguiu refrescar a sua equipa, chamando ao jogo no segundo tempo Chico Banza, Leo Cordeiro, Ferro, Rodrigo Pinho e Gerson Sousa, para um conjunto que terá conseguido com estes três pontos agora conquistados assegurar a manutenção da turma da Reboleira no escalão maior do futebol português.




