O FC Porto perdeu esta quarta-feira no terreno dos noruegueses do Bodo Glimt, por 3-2 para a equipa da casa, num jogo em que o conjunto às ordens de Vítor Bruno teve todas as condições para vencer, nomeadamente se pensarmos que a equipa da casa ficou privada de um jogador, nomeadamente Isak Maata, ele que viu o segundo cartão amarelo ao minuto 51′ recebendo o consequente cartão vermelho deixando o Bodo Glimt em inferioridade numérica. Por essa altura a equipa norueguesa vencia por 2-1, e a verdade é que, mesmo a jogar com 10 elementos, conseguiu dilatar a vantagem com o terceiro golo apontado pouco depois da expulsão de Maata, por Hauge, aos 62′ minutos.
O mais curioso é que este primeiro jogo do FC Porto na presente edição da Liga Europa foi antecedido de declarações dos responsáveis da turma azul e branca assumindo a ambição de vencer esta mesma Liga Europa, algo que foi dito claramente desde logo pelo presidente portista André Villas Boas. Esta ambição, afinal, acabou por colocar sobre o grupo de trabalho portista uma pressão que não terá funcionado bem no sintético da turma do Bodo Glimt, onde o FC Porto esteve sempre uns furos abaixo do seu adversário, acabando por minimizar o prejuízo com um golo apontado pelo jovem sueco do FC Porto, Deniz Gul, ele que foi lançado neste jogo estreando-se com a camisola dos dragões e que acabou por fazer o 3-2 em cima do minuto 90′.
Com a pressão das declarações feitas antes deste jogo na Noruega, onde Vítor Bruno terá entrado convicto de que a vitória seria algo fácil para a sua equipa, de tal forma que a preparação ao terreno sintético nem sequer mereceu atenções especiais por parte dos responsáveis do FC Porto, a verdade é que a equipa portuguesa esteve sempre muitos furos abaixo do que dela se esperaria, sendo surpreendida pelo Bodo Glimt que venceu de forma inteiramente justa. Na equipa de Vítor Bruno, a ausência de Alan Varela no meio-campo foi particularmente sentida, num “onze” que se apresentou com Diogo Costa na baliza, João Mário, Zé Pedro, Nehuén Pérez e Francisco Moura na linha defensiva, ainda Grujic e Eustáquio a aparecerem como “patrões” do meio-campo, sobrando depois Iván Jaime, Nico González e Gonçalo Borges para fornecerem o jogo ofensivo ao avançado Samu.
E a verdade é que esta estratégia até começou por funcionar, isto porque foi do FC Porto o primeiro golo do jogo, bem cedo logo aos 08′, apontado por Samu Omorodion, ele que marcou dois golos em Guimarães no jogo para o campeonato da I Liga e que voltava assim a cumprir a sua missão na frente de ataque da formação às ordens de Vítor Bruno. Só que depois de estar a ganhar, o FC Porto perdeu intensidade, deixou de ser assertivo e passou a consentir espaços aos homens do Bodo Glimt, invariavelmente mais rápidos sobre a bola e mais objectivos.
À passagem do primeiro quarto de hora da partida, numa transição rápida, Hauge fez um passe em profundidade para Hogh que, entrando nas costas da defesa portista, ficou cara a cara com Diogo Costa e não perdoou, fazendo o golo do empate, voltando o Bodo Glimt a marcar ao minuto 40, agora por Hauge, o homem que fez a assistência para o primeiro golo da sua equipa. Trocando a bola com enorme à vontade dentro da grande área do FC Porto, os homens da turma norueguesa fizeram dois passes ainda na pequena área para, ao terceiro passe, Saltnes servir Hauge que rematou forte e colocado batendo um desamparado Diogo Costa, permitindo que o jogo chegasse ao intervalo com a equipa da casa a vencer por 2-1.
O segundo tempo começou praticamente com a expulsão de Isak Maata, uma situação que poderia permitir alguma vantagem teórica para o FC Porto, mas a verdade é que o Bodo Glimt não se desmontou, também não foi pressionado para tal, e acabou por ser a formação norueguesa a fazer o 3-1 por Hauge, ele que já tinha marcado o segundo golo e que bisou nesta partida, batendo o central Zé Pedro antes de enviar a bola para o fundo das redes da baliza de Diogo Costa.
Vítor Bruno procurou então recorrer aos elementos que tinha no banco, permitiu as estreias de Rodrigo Mora e Deniz Gul, mas o FC Porto apareceu a partir dali a jogar muito mais com o coração do que com a cabeça, frente a um adversário muito bem organizado que tinha a vantagem de ter apenas que gerir uma vantagem de dois golos. Deniz Gul reduziu a desvantagem sobre o final da partida, mas a derrota estava consumada nesta estreia do FC Porto na presente edição da Liga Europa, logo no primeiro jogo em que tudo apontava para que os dragões conseguissem uma bom entrada nesta competição, estando agora obrigados a correr atrás do prejuízo nos próximos jogos que, diga-se, parecem tudo menos fáceis.
Afinal, o FC Porto terá agora que receber o Manchester United no Estádio do Dragão na próxima jornada desta competição, no dia 3 de Outubro às 20h00. Antes, para as competições caseiras, o FC Porto irá jogar no domingo, dia 29, às 18h00 frente ao Arouca, num jogo em que terá que apagar a imagem menos positiva deixada na Noruega. Resta saber até que ponto é que o Arouca será o melhor adversário para que os dragões possam lamber as feridas e recuperar do desaire desta quarta-feira.