Se em outras circunstâncias um empate no terreno do Anderlecht, na Bélgica, até poderia ser considerado positivo para o FC Porto, a verdade é que esse mesmo desfecho (2-2) no jogo disputado esta quinta-feira no relvado do Constant Vanden Stock Stadium, agora apelidado de Lotto Park, referente à Liga Europa, acaba por ser amargo para os dragões. Depois de ter a vitória à sua mercê, a formação portista, que até esteve a vencer por duas vezes, acabou por consentir o segundo golo do Anderlecht que fechou a contagem no empate a poucos minutos do fim, quando era mais do que nunca imperioso fechar os caminhos para a baliza de Diogo Costa e garantir a conquista dos três pontos na Liga Europa.
Com a contestação ao técnico Vítor Bruno a subir de tom entre os adeptos portistas, um triunfo na Bélgica teria o condão de acalmar as hostes em redor do clube da Invicta, dando alguma tranquilidade e tempo para trabalhar ao treinador escolhido por André Vilas-Boas para comandar os destinos do FC Porto. Só que a forma como o conjunto azul-e-branco consentiu o empate, quando tinha tudo para assegurar os três pontos, levará certamente a que a contestação a Vítor Bruno prossiga, e se é verdade que até se poderão retirar algumas ilações positivas da prestação da equipa portista em Anderlecht, Vítor Bruno não conseguiu ganhar mais espaço de manobra relativamente ao pouco ou nenhum que tinha antes desta partida pelo que os próximos jogos continuarão a ser jogados pelo FC Porto claramente sobre brasas.
Para este jogo, Vítor Bruno apresentou um onze com Diogo Costa, João Mário, Nehuén Pérez, Otávio e Francisco Moura, ainda Eustáquio e Alan Varela, também Pepê, Nico e Galeno com Samu como o homem mais adiantado no terreno, um onze em que Otávio surgia como a grande surpresa nas escolhas do treinador portista. Do outro lado, a equipa da casa entrou em campo com o guarda-redes Coosemans, uma linha defensiva formada por Foket, Jorgensen, Simic e N’Diaye, três elementos na linha média – Rits, Stroeeykens e Dendoncker –, aparecendo mais perto da área de baliza de Diogo Costa Edozie, Dolberg e De Greef.
Golo (anulado) para o Anderlecht
no pontapé de saída para o FC Porto!
À partida para este jogo, os belgas do Anderlecht somavam já 10 pontos na Liga Europa, fruto de três vitórias e um empate, uma classificação bem distinta daquela que apresentava o FC Porto, com apenas quatro pontos e à beira de caírem para fora da zona de play-off na tabela classificativa desta competição da UEFA.
Curiosamente, com as cartas sobre a mesa, que o mesmo é dizer neste caso sobre o relvado, foi o conjunto belga que entrou melhor no jogo, conseguindo mesmo colocar a bola na baliza de Diogo Costa no primeiro lance do jogo após o pontapé de saída para o FC Porto. Valeu na circunstância aos dragões o facto de Dolbert, o jogador que picou a bola sobre Diogo Costa, ter sido apanhado em posição irregular, num fora-de-jogo confirmado pelo VAR.
O FC Porto entrava assim da pior maneira possível no jogo, permitindo a perda de bola no pontapé de saída com uma situação de perigo para a sua baliza e só não entrou a perder porque Dolbert estava adiantado, mas o início não prometia nada de bom. Todavia, depois da enorme tremedeira inicial, o onze portista conseguiu acalmar e encontrar o seu jogo, empurrando a turma do Anderlecht para junto da sua baliza conforme os homens às ordens de Vítor Bruno ganhavam confiança. Acabou assim por se justificar que o primeiro golo no jogo, de forma válida, aparecesse para a turma portista, ao minuto 24′, apontado por Galeno na transformação de uma grande penalidade, depois de uma falta cometida por Coosemans que na tentativa de desarmar Francisco Moura acabou por atingir o lateral portista no rosto dentro da área.
Chamado a converter a grande penalidade Galeno não falhou, colocando o FC Porto na frente do marcador, por 0-1, um resultado que se manteve até para lá do intervalo. Só que, a exemplo do que acontecera no primeiro tempo, a segunda metade começou com o Anderlecht mais ofensivo, chegando mesmo ao golo do empate ao minuto 52′, por De Greef, ele que aos 19 anos assinou uma boa prestação, coroada com um golo marcado com um remate em que tirou partido da ausência de marcação por parte dos homens do FC Porto, nomeadamente Pepê que não conseguiu tirar a bola do alcance de De Greenf.
Fábio Vieira entrou
e marcou… mas não chegou!
A equipa lusa, que estava a conseguir controlar o jogo e a vantagem na partida, teve que voltar a procurar os melhores caminhos para a baliza do Anderlecht, um adversário que a jogar no seu terreno, com o apoio do seu público, assumiu agora o comando da partida tirando o melhor partido de alguma desorientação e um crescendo de ansiedade a marcarem o jogo do FC Porto. Vítor Bruno procurou então outras soluções, ao minuto 81′ tirou da partida Eustáquio apostando em Fábio Vieira, e dois minutos depois, no primeiro lance em que este jogador participou, o FC Porto voltou a conseguir o golo, o 2-1 assinado por Fábio Vieira com um remate vitorioso puxado ao poste direito.
O FC Porto tinha sete minutos até ao final, mais o período de compensação, para segurar a vantagem e garantir os três pontos, só que volvidos mais três minutos, o conjunto belga voltou a empatar a partida, com um golo apontado por Amuzu, num pontapé forte que tirou o melhor partido de alguma liberdade dada por Otávio, a bater Diogo Costa para novo empate, desta feita decisivo já que não houve tempo para novas mudanças no marcador.
A equipa às ordens de Vítor Bruno, que por duas vezes esteve em vantagem neste jogo em casa do Anderlecht, acabou por deixar fugir do seu regaço pontos importantes para a classificação da Liga Europa, terminando o jogo com apenas um ponto referente ao empate, o tal empate com sabor amargo já que ficou claro que o conjunto azul e branco poderia mesmo ter conseguido a vitória na Bélgica.
Os dragões apontam agora baterias ao jogo da próxima segunda-feira, dia 2 de Dezembro, em que irão receber no Estádio do Dragão a formação do Casa Pia, em jogo da 12ª jornada do campeonato da I Liga.
texto: Jorge Reis / LusoNotícias
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