Depois do fumo branco na chaminé da Capela Sistina no Vaticano, em Roma, quando eram 17h08, hora de Portugal Continental, e de ter sido proclamado formalmente o esperado “Habemus Papam” a partir da janela da Basílica de São Pedro, foi anunciado o nome de Robert Francis Prevost, Bispo norte-americano, de 69 anos, como o novo Papa, ele que adopta o nome de Leão XIV, passando a ser o 267º líder da Igreja Católica.
Robert Francis Prevost nascido a 14 de setembro de 1955, tendo atualmente 69 anos, foi tornado Cardeal a 30 de setembro de 2023. Entrou para a Ordem de Santo Agostinho em 1977, fazendo os votos solenes em 1981, tendo sido ordenado sacerdote em 19 de junho de 1982. Mais tarde, serviu como missionário no Peru de 1985 a 1986 e de 1988 a 1998, onde foi pároco, oficial diocesano, professor e administrador de seminário.
Eleito Prior Provincial da Província “Mãe do Bom Conselho” em 1999, Robert Prevost, agora Leão XIV, foi eleito em 2001 Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho, cargo que exerceu por dois mandatos. Em 2014, foi nomeado Administrador Apostólico da Diocese de Chiclayo, no Peru, e Bispo Titular de Sufar, tendo sido ordenado Bisbo em 12 de Dezembro de 2014. Tornou-se Bispo de Chiclayo em 26 de Setembro de 2015 tendo sido nomeado mais tarde, em 2023, como Prefeito do Dicastério para os Bispos e Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. Foi elevado ao Colégio de Cardeais em 30 de Setembro de 2023 recebendo a nomeação de Cardeal-Bispo de Albano em Fevereiro de 2025.
As expectativas da Igreja e do Mundo em redor de Leão XIV
Robert Francis Prevost, um nome que ecoa agora nos corredores da história da Igreja Católica, ascendeu ao papado como o sucessor de Francisco, adoptando o nome de Leão XIV. A sua eleição marca um novo capítulo, carregado de expectativas com a promessa de continuidade e inovação.
Prevost traz consigo uma rica bagagem de experiência pastoral e administrativa. Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, a sua trajetória religiosa levou-o à Ordem de Santo Agostinho, onde trilhou um caminho de serviço dedicado. A sua formação académica, com doutorado em Teologia Espiritual pela Pontifícia Universidade Gregoriana, demonstra um profundo intelecto e uma busca constante por compreensão teológica.
Antes de ser chamado ao mais alto ofício da Igreja, Prevost serviu como Prior Geral da Ordem Agostiniana, liderando uma comunidade religiosa global com sensibilidade e visão. A sua experiência em governança e a sua familiaridade com as diversas realidades da Igreja ao redor do mundo certamente moldarão o seu pontificado.
Observadores descrevem Prevost como um homem de fé profunda, um homem do Mundo muito mais do que propriamente um norte-americano, conhecido pela sua humildade e sua capacidade de diálogo. A sua abordagem pastoral é tida como pragmática e focada nas necessidades do povo de Deus.
A Igreja e o mundo aguardam com interesse para ver como o Papa Leão XIV guiará a barca de Pedro neste novo tempo, dando continuidade ao legado de seu predecessor enquanto imprime sua própria marca na história da Igreja Católica. A sua liderança será crucial para enfrentar os desafios contemporâneos e para fortalecer a fé de milhões de católicos ao redor do globo.
Novo Papa recorda Leão XIII e segue pisadas de Francisco
Visto como alguém moderado, capaz de conseguir fazer a união entre as duas correntes que marcam a doutrina da Igreja, desde os mais conservadores até aos mais progressistas, Leão XIV não deverá apostar em mudanças radicais no rumo da Igreja, permitindo ainda assim a capacidade de discussão das grandes questões em redor da Igreja Católica. Já em relação à escolha do nome papal, esta é sempre carregada de significado e pode ser “lida” de várias maneiras, refletindo as possíveis prioridades, inspirações e a visão do novo pontífice para a Igreja.
A escolha do nome de Leão XIV para o novo Papa evoca imediatamente a memória de papas importantes na história da Igreja, especialmente São Leão Magno (Leão I) e Leão XIII. Relativamente ao primeiro, São Leão Magno (século V), é lembrado pela sua forte liderança em tempos de crise, sua firmeza doutrinária (especialmente em relação às heresias cristológicas) e o seu papel crucial na defesa de Roma contra as invasões bárbaras. A escolha de “Leão” pode indicar um desejo de liderança forte e clara em face dos desafios contemporâneos da Igreja.
Já em relação a Leão XIII (século XIX/XX), é conhecido pela sua encíclica Rerum Novarum, que abordou as questões sociais da época, defendendo os direitos dos trabalhadores e estabelecendo as bases da doutrina social católica moderna. Escolher “Leão” pode sinalizar uma intenção de dar continuidade ou renovar o engajamento da Igreja com as questões sociais, a justiça e a paz no mundo.
Embora “Leão” não seja um nome diretamente ligado a São Francisco de Assis, a escolha de um nome com forte significado histórico pode indicar uma intenção de equilibrar a inovação e a tradição na Igreja, para uma liderança que, embora inspirada nos desafios e na abertura do pontificado de Francisco, também busca raízes profundas na história e na doutrina da Igreja.
A escolha do nome de Leão XIV pode traduzir-se num desejo de exercer uma liderança forte e corajosa, apostar nas questões sociais e na busca pela justiça, ainda a defesa da fé e da doutrina da Igreja com clareza.
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