Com o primeiro golo apontado pelo dinamarquês Conrad Harder, que assim garantiu a sua estreia em Alvalade e desde logo com o estatuto de goleador, e mais dois golos marcados pelo suspeito do costume, o sueco Viktor Gyokeres, foi um Sporting claramente de inspiração nórdica, com o também dinamarquês Hjulmand a fazer a assistência para o golo do seu compatriota Conrad, a vencer por 3-0 no Estádio de Alvalade frente ao AVS, equipa em que brilhou o guarda-redes Ochoa, o mexicano que continua a ser um monstro entre os postes e que impediu que a vitória dos leões ganhasse contornos de goleada.
Num jogo que foi precedido por um minuto de silêncio em homenagem aos bombeiros vítimas dos incêndios que assolaram o centro e norte do país, e que permitiu ainda um momento de homenagem e conforto para a Dona Maria Elvira, também ela vítima dos fogos da passada semana quando perdeu a sua casa e todos os haveres no incêndio de Albergaria-a-Velha no qual salvou apenas um quadro do “seu” Sporting e um cachecol leonino, como damos conta também aqui no LusoNotícias com as imagens do Diogo Faria Reis, o futebol, que vai muito para além do jogo e dos golos, voltou a concentrar atenções sobre as quatro linhas quando a bola começou a rolar, num jogo em que o Sporting foi sempre superior ao AVS e em que se pôde assistir a um desafio de sentido quase único, em direção à baliza de Ochoa.
Com Conrad Harder a estrear-se como titular na equipa leonina, tirando o melhor partido da ausência de Pedro Gonçalves, lesionado, o Sporting chegou à vantagem bem cedo no jogo, logo aos 15’ minutos, com o golo que permitiu a “apresentação” aos adeptos do Sporting do jovem avançado dinamarquês, reforço contratado no final do mercado de transferências que encerrou em Agosto e que, tirando o melhor partido de um passe de Morten Hjulmand, não perdoou e inaugurou a contagem.
O Sporting estava claramente por cima do jogo, perante um AVS que não conseguia levar adiante o seu futebol agradável que quase sempre era anulado à entrada do meio-campo dos leões, permitindo ao guarda-redes Franco Israel o estatuto de mero observador atento do que se passava à sua frente.
Com Debast, Diomandé e Matheus Reis a formarem a linha de três centrais, as alas foram entregues a Geovany Quenda e Nuno Santos, aparecendo Daniel Bragança e Hjulmand no “miolo” nas contas de um trio atacante ligeiramente diferente do habitual, desta feita com Conrad e Trincão a ladearem Victor Gyokeres.
Harder e Gyokeres… dupla nórdica a fixar!
Do lado do AVS, Vítor Campelos apresentou uma equipa competente e com vontade de bater o pé ao Sporting, que se ficou afinal mesmo pela vontade, em face da melhor qualidade de jogo proporcionada pelos leões. Ochoa foi, entre os postes, um guarda-redes enorme, conseguindo impedir males maiores para esta equipa que subiu este ano à I Liga.
À frente de Ochoa, Campelos repetiu uma linha de quatro defesas formada por Fernando Fonseca, Roux, Devenish e Kiki Afonso, normalmente apoiados por Gustavo Assunção, aparecendo no meio do terreno Jaume Grau, Kamate, Piazon e John Mercado, sobrando para as ações ofensivas (escassas) Babatunde Akinsola, ele que foi chamado neste jogo a uma posição em que joga normalmente no AVS o jovem Rodrigo Ribeiro, emprestado pelos leões e que por isso não pôde alinhar neste jogo.
Com estas “pedras” no “tabuleiro” verde de Alvalade, e depois do primeiro xeque dado por Conrad Harder, o xeque-mate começou a ser construído por Victor Gyokeres no último minuto de compensação dado pelo árbitro Ricardo Baixinho, com o segundo golo para o Sporting depois de uma assistência de Conrad Harder a que Gyokeres respondeu a preceito.
O golo do avançado sueco acabaria ainda assim por não ser o xeque-mate, isto porque Gyokeres teve ainda oportunidade de marcar mais um golo, ao minuto 70’, tirando o melhor partido do trabalho de Francisco Trincão, agora sim a fechar o marcador desta partida com um indiscutível 3-0 a favor do Sporting.
Perante 43.039 adeptos que marcaram presença em Alvalade, a equipa às ordens de Ruben Amorim voltou assim a fazer o que já tinha feito nas cinco jornadas anteriores, que basicamente foi vencer e acumular mais três pontos, mantendo-se tranquilamente na liderança do campeonato da I Liga em busca do objectivo assumido que é o da conquista do bicampeonato.
Uma arbitragem “baixinha”
Uma nota para a a decisão, porventura estranha, do árbitro Ricardo Baixinho quando, aos 33′ minutos, a bola, depois de cabeceada por Conrad Harder, bateu no braço do avente Fernando Fonseca quando este tinha o braço claramente levantado criando volumetria.
O juiz da partida não assinalou nada, o VAR chamou a sua intenção para o lance, dando conta, no mínimo, de ter outra opinião distinta de de Ricardo Baixinho, mas este, depois de rever o lance, entendeu que o jogador do AVS tinha o braço “em posição normal”, uma decisão que, no mínimo, precisa de ser enquadrada num critério uniforme que tarda a aparecer na arbitragem em lances similares.
Já agora, e ainda a propósito de arbitragem, uma segunda nota, aqui para dar conta do critério demasiadamente largo de Ricardo Baixinho perante o jogo duro de Baptiste Roux, o defesa central do AVS que viu um cartão amarelo mas escapou por mais de uma vez ao segundo amarelo e que seria o vermelho se o juíz da partida tivesse sido coerente em todos os lances que apitou.
O Sporting avança agora para o jogo da sétima jornada, a disputar já na sexta-feira, dia 27, no terreno do Estoril Praia, isto enquanto que o AVS irá poder “regressar” aos jogos do “seu” campeonato já que irá receber na Vilas das Aves a formação do Farense, equipa que após seis jornadas ainda não conseguiu qualquer ponto na I Liga.
Para trás fica assim um jogo em que a dupla nórdica formada por Conrad e Gyokeres esteve em evidência, num conjunto em que jogadores como Hjulmand, Quenda ou Nuno Santos, entre outros, também mereceram menções muito positivas contribuindo de forma evidente com a sua prestação para mais um triunfo do campeão em título para o presente campeonato.