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Portugueses do PSG buscam a Champions em Munique

Vitinha, João Neves, Nuno Mendes e Gonçalo Ramos, os quatro portugueses do Paris Saint-Germain, concentraram as atenções da reportagem do LusoNotícias no treino de adaptação ao relvado do Allianz Arena, em Munique, na Alemanha, por parte da formação gaulesa que amanhã terá que defrontar os italianos do Inter de Milão, na Final da Liga dos Campeões da UEFA. Sob a liderança do espanhol Luis Enrique, o Paris Saint-Germain (PSG) teve uma campanha impressionante para alcançar a final da Liga dos Campeões de 2024/2025, num percurso marcado por vitórias importantes e um desempenho em crescente ao longo da competição.

Na fase de grupos, o PSG começou por enfrentar equipas como o Girona, Arsenal, PSV Eindhoven, Atlético de Madrid, Bayern de Munique e Red Bull Salzburg. Acabou por concluir a fase de liga em 15º lugar, avançando assim para os play-offs da fase a eliminar. Teve então que ultrapassar o Brest, que simplesmente cilindrou com uma vitória total de 10-0 (3-0 fora e 7-0 em casa). Depois disso chegaram os jogos dos oitavos-de-final, uma eliminatória equilibrada disputada frente ao Liverpool em que o PSG perdeu na primeira mão, por 1-0, em Paris, vindo a vencer o segundo jogo pelo mesmo resultado na cidade dos Beatles, levando o jogo para prolongamento e para a decisão por grandes penalidades, acabando por vencer por 4-1.

Nos quartos-de-final houve para o PSG a necessidade de u ultrapassar o Aston Villa, num confronto de golos, com uma vitória por 3-1 em casa e uma derrota por 3-2 fora, avançando na Champions com um agregado de 5-4. Chegava assim o PSG às meias-finais, altura em que encontrou pela frente o Arsenal, formação britânica que o conjunto parisiense eliminou com um resultado agregado de 3-1, vencendo por 1-0 fora e por 2-1 em casa, garantindo assim a sua vaga na grande final de Munique.

Coesão e dinamismo são
imagens de marca de Luis Enrique

Olhando para os principais trunfos da equipa francesa encontramos uma série de qualidades que a tornaram uma força dominante nesta edição da Liga dos Campeões, nomeadamente o foco no colectivo, ao contrário do que acontecia em épocas anteriores em que a dependência de superestrelas era maior. Na verdade, Luis Enrique conseguiu construir uma equipa coesa e dinâmica, onde a força está no conjunto e não apenas nas individualidades, capaz de praticar uma pressão alta e intensa que tem asfixiado os adversários, dificultando a construção de jogo desde trás e permitindo recuperar a posse de bola em zonas perigosas.

O meio-campo, com jogadores como Vitinha e João Neves, tem sido o motor da equipa. Ambos são incansáveis na recuperação de bola, e a sua qualidade técnica e capacidade de passe rápido impulsionam os ataques. O português João Neves, em particular, tem sido fundamental na recuperação de bolas e na consciência posicional. Depois, na frente e este ano sem a dependência de Kylian Mbappé, Dembélé floresceu numa função mais centralizada, tornando-se o artilheiro da equipa e um jogador decisivo com a sua capacidade de drible e finalização. Kvaratskhelia, que chegou em Janeiro, adicionou uma nova dimensão ao ataque, sendo um jogador talentoso e imprevisível.

Assim, e no que diz respeito ao conjunto, o PSG possui uma equipa jovem, o que se reflete na sua energia e capacidade física, especialmente na transição da defesa para o ataque e na aplicação da pressão. Com 18 jogadores diferentes a marcar golos na temporada, o PSG demonstra uma diversidade de opções ofensivas e uma menor dependência de um único goleador, atingindo esta final da Champions como uma equipa mais equilibrada, com uma identidade de jogo forte e um treinador que conseguiu implementar a sua visão de um futebol coletivo e de alta intensidade.

Portugueses são determinantes
na estrutura do Paris Saint-Germain

Falar do Paris Saint-Germain sem abordar a importância que os portugueses possuem no conjunto às ordens de Luis Enrique seria claramente uma falha, isto porque a influência dos jogadores portugueses na equipa do PSG é significativa e crescente numa equipa que busca ser mais coesa e menos dependente de individualidades.

Olhando um a um os quatro jogadores lusos na turma de Paris começamos por atentar em Vitinha, possivelmente o elemento com maior influência tática e de jogo no PSG. Vitinha é o “cérebro” do meio-campo, responsável por ditar o ritmo de jogo, distribuir a bola e ser o elo de ligação entre a defesa e o ataque. A sua qualidade técnica, visão de jogo, capacidade de passe e inteligência tática são cruciais para o estilo de posse de bola e pressão alta que Luis Enrique implementou. É frequentemente elogiado pelo treinador e pelos analistas como um dos melhores médios da Europa, controlando o tempo e o espaço em campo.

Igualmente importante é João Neves. Apesar de ser uma chegada mais recente, o médio contratado ao Benfica teve um impacto imediato e profundo no PSG. A sua energia, capacidade de recuperação de bola, maturidade tática e qualidade no passe são valências que complementam Vitinha no meio-campo, tendo Neves trazido uma dinâmica nova à equipa, mostrando-se fundamental na construção de jogo e na transição defensiva. O seu contributo é vital para a intensidade que o PSG procura imprimir nos seus jogos.

Outro português a destacar é Nuno Mendes, o lateral-esquerdo que, quando está em forma e livre de lesões, é um dos jogadores mais promissores do futebol europeu na sua posição. A sua velocidade, capacidade de atacar e defender, e a sua energia na lateral esquerda, tornam-no uma peça importante nos planos de Luis Enrique. A sua presença dá profundidade e largura ao ataque, ao mesmo tempo que oferece solidez defensiva. O próprio treinador do PSG já o elogiou pela sua eficácia na posição e pelas opções ofensivas que oferece.

Por fim, e no que diz respeito aos elementos portugueses nesta equipa do PSG, uma referência para Gonçalo Ramos, avançado com um “instinto matador” que trabalha muito para a equipa. Embora tenha enfrentado algumas lesões, a sua capacidade de finalização, movimentação na área e o seu trabalho defensivo na pressão inicial são características muito valorizadas, oferecendo uma opção de “9” clássico que o PSG precisava, especialmente na fase pós-Mbappé.

Vitinha e João Neves foram
recrutados por Luís Campos

Assim, os portugueses no PSG, especialmente Vitinha e João Neves, encaixam-se perfeitamente no modelo de jogo de Luis Enrique, que prioriza a posse de bola, a pressão alta e um futebol coletivo. A sua inteligência tática e capacidade de se adaptar a diferentes funções são cruciais para a implementação desta filosofia. Por outro lado, a presença de jogadores jovens e talentosos como Nuno Mendes e Gonçalo Ramos reflete a nova estratégia do PSG de investir em talentos promissores com potencial de longo prazo, em vez de apenas contratar grandes estrelas.

Igualmente português é o Diretor Desportivo do PSG, Luís Campos, que recentemente renovou a sua ligação ao clube parisiense até 2030, ele que desempenha um papel fundamental na construção do plantel e na definição da estratégia desportiva do clube, tendo tirado partido do conhecimento do futebol português para concretizar a chegada ao PSG de talentos como o Vitinha ou João Neves.

Em resumo, os jogadores portugueses não são apenas coadjuvantes no PSG, mas antes pilares fundamentais do novo projeto do clube, contribuindo significativamente para o desempenho tático, contribuindo para a dinâmica do meio-campo e o poder ofensivo da equipa, sendo a “cara do projeto”, como alguns analistas referem. Isso mesmo ficou claro também no treino desta final de tarde em Munique, quando os jogadores lusos se mostraram descontraídos mas empenhados, também eles, em mostrar a determinação do PSG na busca da conquista tão importante como será a da Liga dos Campeões de 2024-2025.

fotos: Diogo Faria Reis / LusoNotícias
em Munique, Alemanha

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