Com uma vitória incontestável por 5-0, o Paris Saint-Germain venceu sem apelo nem agravo o Inter de Milão e conquistou, com o resultado mais volumoso de sempre no desequilíbrio, na história da Liga dos Campeões, o primeiro título da Champions na história do clube francês, que desde há muito procurava garantir esta conquista.
Num conjunto com quatro portugueses, todos eles determinantes, formando uma equipa em que mais do que as estrelas individuais houve a aposta no conjunto, o PSG conquistou o título mais desejados dos clubes europeus, permitindo a Marquinhos, o capitão do PSG, erguer a “orelhuda” para gáudio dos adeptos do clube parisiense, que passa a ser o 24º clube a conquistar o título de vencedor da Liga dos Campeões.













Com um início de jogo algo estranho, com o Paris Saint-Germain, através do português Vitinha, a dar um pontapé de saída peculiar, enviando a bola claramente para fora das quatro linhas, ao jeito do râguebi em que há por vezes a preocupação de se ganhar terreno, a formação francesa começou desde logo por deixar clara a sua intenção de jogar no meio-campo ofensivo.
Procurou assim o PSG encostar o Inter para junto da baliza à guarda do suíço Yann Sommer, e a verdade é que os primeiros minutos do jogo foram marcados por uma presença da turma parisiense dominadora e autoritária, num jogo em que Vitinha surgiu claramente como o “maestro” do conjunto orientado por Luis Enrique.











PSG começou bem cedo
a construir a goleada aos 12’
A coroar a posse de bola, o PSG chegou à vantagem nesta final ao minuto 12’, através de Hakimi, um defesa que já alinhou pelo Inter de Milão e que, também por isso, preferiu não festejar o golo em sinal de respeito para com a sua antiga equipa. Com um lance iniciado por Vitinha, este descobriu Désiré Doué sem marcação dentro da área do Inter que, com um toque tão simples quando assertivo, serviu Hakimi que só teve que encostar, enviando a bola para o fundo da baliza à guarda de Sommer.
O conjunto parisiense, que entrou claramente melhor no jogo, ficava em vantagem, mas nem por isso desistia da sua estratégia, marcada por um domínio territorial evidente desenvolvendo o seu jogo no meio-campo defensivo do Inter.
Ao minuto 20’, numa transição rápida do PSG para o ataque, Dembélé recebeu a bola à entrada do meio-campo do Inter pelo corredor esquerdo, cruzou para o flanco contrário onde apareceu Doué e este, que já antes tinha feito a assistência para o primeiro golo, rematou em força, com a bola a bater em Dimarco e a trair Sommer, colocando a turma parisiense a vencer por 2-0, num início de jogo magistralmente conduzido pela formação do PSG.












A perder e sem capacidade de construir, face a um adversário que continuava a dominar o meio-campo, o Inter sentia enormes dificuldades em contrariar a estratégia do PSG que continuava a mandar no jogo face a um Inter algo desorientado e com uma parca capacidade de resposta. Quando conseguia descer até à área da baliza de Donnarumma, o Inter tinha ainda pela frente o português Vitinha, claramente o “patrão” do meio-campo do PSG a aparecer como um verdadeiro polvo, sempre na linha da bola e com isso a anular as iniciativas do Inter e a transformar a recuperação da posse de bola em lançamentos ofensivos.
Na fase final do primeiro tempo o português Nuno Mendes ainda ficou no terreno de jogo a pedir assistência, o que obrigou a uma paragem do jogo. Ainda assim, e depois de ser assistido no relvado, o defesa português manteve-se em jogo, com o PSG a fazer circular a bola e com isso a controlar o jogo e a vantagem no resultado.
À beira do intervalo, e de novo com um lance simples construído pelos corredores, Doué, um “miúdo” de 19 anos, cruzou a partir da esquerda e Dembélé, na pequena área, enviou a bola à trave da baliza de Sommer, falhando por pouco o que seria o terceiro golo do jogo e para o PSG. Certo é que o resultado prosseguiu com a vantagem por 2-0 para o PSG até ao intervalo, com as duas equipas a recolherem aos balneários com estados de ânimo bem distintos.














2-0 ao intervalo foi caminho
aberto para a vitória do PSG
Com o arranque do segundo tempo, quando um golo para o Inter poderia permitir que a turma de Milão reentrasse no jogo, mas em que o eventual terceiro golo do PSG ditaria basicamente o “selar” da conquista da Champions para o conjunto parisiense, ficou desde muito cedo evidente o equilíbrio nas operações, com o Inter a forçar a entrada pelo corredor direito, mas com isso a “destapar” alguns caminhos para o seu sector mais recuado pelos quais foi entrando Kvaratskhelia, ele que visou por duas vezes a baliza à guarda de Sommer.
O técnico Simone Inzaghi mexeu na sua equipa ao minuto 54’, com o refrescar do sector defensivo pelas entradas de Bisseck e Zalewski, por troca com Pavard, que estava a sentir dificuldades em segurar Kvaratskhelia, e Dimarco, o homem que esteve envolvido no lance do segundo golo do PSG. Certo é que Zalewski viu o cartão amarelo no primeiro lance em que participou, tal como viu igualmente um amarelo o técnico da turma transalpina, Inzaghi, por certo descontente com a fraca produção da sua equipa.









Para complicar ainda mais a missão do Inter, também Bisseck, o outro elemento que tinha entrado minutos antes na equipa às ordens de Inzaghi, teve que receber assistência à passagem do minuto 60’ acabando por sair pouco depois, obrigando o técnico italiano a fazer novas mudanças, agora com as entradas de Darmian e Carlos Augusto por troca com o lesionado Bisseck e também por Mkhitaryan.
Inter foi incapaz de reagir
ao “tsunami” do PSG
Foi já com o Inter “renovado” que o PSG voltou a carimbar o resultado. À entrada do minuto 64’, Vitinha, depois de solicitado por Dembélé e com um passe magistral para a entrada de Doué, o médio português permitiu que Doué ficasse isolado em frente a Sommer, acabando por rematar à baliza levando a bola a entrar junto ao poste esquerdo da baliza do Inter para o 3-0 favorável ao Paris Saint-Germain.
O conjunto parisiense praticamente selava a conquista da Champions, permitindo ao técnico Luis Enrique mexer na turma do Inter, ao minuto 67’, e logo pela retirada das quatro linhas do jovem Doué, ele que tinha bisado e que foi, até então, provavelmente um dos melhores em campo na equipa do PSG, dando o seu lugar a Barcola.
O Inter não tinha soluções capazes para inverter o rumo do jogo, Simone Inzaghi esgotou as substituições ao apostar em Asllani para o lugar de Çalhanoğlu, mas viria a ser o Inter a marcar de novo, agora por Kvaratskhelia, provando o domínio do PSG ao jeito de um verdadeiro tsunami que foi arrasando os diques do Inter de Milão. Ao minuto 73’, Dembélé descobriu a desmarcação do avançado georgiano e este, isolado, bateu Sommer para o 4-0, dando contornos de goleada à vitória do Paris Saint-Germain nesta primeira conquista dos parisienses na Liga dos Campeões.















Ao minuto 78’ o quarto árbitro da partida, o português João Pinheiro, levantou a placa para indicar nova alteração na equipa do PSG, agora para a saída do lateral Nuno Mendes por troca com Lucas Hernández, numa equipa do PSG que jogava agora descontraída perante um adversário sem ideias nem capacidade para impedir a humilhação em Munique. Aliás, a humilhação poderia ter sido ainda maior se Barcola, ao minuto 82’, depois de uma iniciativa individual, tivesse concluído com acerto o que parecia ser mesmo o quinto golo da partida.
Inter de Milão humilhado com
cinco golos do PSG em Munique
Luís Enrique ainda apostou no português Gonçalo Ramos, dando aos quatro portugueses o palco da Champions em Munique neste triunfo. Para além de Ramos, entraram na equipa do PSG também Zaïre-Emery e Mayulu, dois jovens jogadores ambos de 19 anos, para os lugares de Kvaratskhelia, Fabián Ruíz e João Neves.
E foi mesmo um dos novos elementos em campo que assinou o quinto golo na baliza do Inter de Milão. Assistido por Barcola, Mayulu rematou para a baliza à guarda de Sommer, enviando a bola junto ao primeiro poste para bater Yann Sommer pela quinta vez, um resultado particularmente pesado para o Inter de Milão que, há que o dizer, passou o jogo em claro sem conseguir criar lances ofensivos dignos de registo junto da baliza de Donnarumma.












O Paris Saint-Germain acabou assim por conquistar pela primeira vez na sua história o título de Campeão Europeu, sucedendo enquanto vencedor da Champions League ao Real Madrid com uma conquista inédita claramente merecida, isto porque foi o PSG quem tudo fez para garantir uma vitória incontestável, com uma goleada por 5-0 construída desde aquele pontapé com que Vitinha atirou a bola pela linha lateral logo no início do jogo.
Destaque neste jogo exactamente para Vitinha, mas também para Doué, ele que marcou dois golos e que, também por isso, mereceu o título de “homem do jogo”, e Dembélé, o rei das assistências a quem só faltou mesmo um golo para coroar a sua exibição.







Do lado do Inter de Milão, cilindrado pelos parisienses, a equipa de Simone Inzaghi deixa Munique arrasada, sem nenhum destaque em particular, vergada à forma como o PSG conseguiu sempre dominar o jogo e construir este triunfo há tanto esperado pelas hostes do PSG, porventura um dos clubes mais português na alta roda da edição da Champions que agora chegou ao final. Parabéns PSG!













